Uma Jornada enriquecedora
Nas trilhas da Chapada do
Araripe, região que abrange os estados de Pernambuco, Piauí e Ceará, numa geografia
incrivelmente singular e bela, estive por dez dias acompanhado
e acompanhando escritores, poetas, prosadores, contadores de histórias e de
causos... por seis cidades da região, em solo pernambucano.
Era a II Jornada Literária
Chapada do Araripe, uma realização do SESC-PE, com a primorosa execução de José
Manoel Sobrinho, diretor de cultura do SESC Pernambuco, com curadoria da poeta
e escritora Cida Pedrosa e do pesquisador Sennor Ramos, ficando a logística a
cargo de Carminha Lins. Competências a toda prova.
Esta segunda edição da Jornada do
Araripe foi dedicada ao poeta, escritor, livreiro, pesquisador e mais uma ruma
de coisas ligadas às artes da escrita, Pedro Américo de Farias. Cidadão de
Ouricuri, uma das cidades agraciadas por onde passou o cortejo de escritores
convidados. Tudo muito bem arrumado.
O rosário começou a ser desfiado
por Bodocó, terra natal de Cida Pedrosa, Lourival Holanda, José Maria Marques e
Cícero Belmar. Todos presentes à Jornada, num retorno às origens, agora como
escritores renomados, retribuindo com conhecimento e sabedoria, o que colheram
em suas infâncias neste pedaço de chão sertanejo.
Seguimos depois para Granito e
Exu, passando ainda por Timorante, distrito que pertence a Exu, onde tivemos
grande recepção. Aportamos em seguida em Ouricuri, terra do homenageado de todo
o evento, Pedro Américo de Farias, que se revelou um grande declamador e
des-aboiador, como ele mesmo se coloca, nos presenteando com uma ladainha de
seus poemas.
Daí, a Jornada toma o rumo de
Araripina, cidade pólo da região, que se transformou, assim como todas as
localidades pelas quais passamos, num imenso tabuleiro de encontros de
escritores, recitais, conversas, oficinas, apresentações musicais, teatrais...
Tudo muito bem orquestrado pelos organizadores deste maravilhoso evento.
Citar nomes incorrerá, sem dúvida
alguma, em cometer injustiças, pela grande quantidade de escritores que por lá
estiveram. Mas é imprescindível registrar a presença marcante dos escritores
Raimundo Carrero, Marcelino Freire, Ronaldo Correia de Brito, Sidney Rocha,
Xico Sá, Samarone Lima, Alexandre Furtado, Luce Pereira, Raimundo de Morais,
José Mauro de Alencar... além dos Bodocoenses já citados, e muitos outros.
Na Jornada houve de tudo um
muito. Teatro, música, oficinas [HQ, cordel, escrita, leitura...], encontro de
escritores nas escolas, leitura de textos, recitais, roda de glosas, ladainhas
poéticas... Uma verdadeira revolução literária que envolvia a todos, da criança
ao idoso, estudantes, professores, trabalhadores rurais, e a gente simples e
carente de cultura e arte, comum a todas as regiões mais distantes dos grandes
centros urbanos.
Fazer parte de tudo isso é
transformador, é algo que enriquece e abre novos horizontes para convivência com
o outro, com as coisas mais simples e cotidianas. Meu muito obrigado a todos,
José Manoel, Cida Pedrosa, Sennor Ramos, Carminha Lins... Pela oportunidade de
ter feito parte de algo tão grandioso e belo.
A Chapada do Araripe agora mora
em mim.
Um comentário:
viva deus e morra o cão intupido de carvão
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