terça-feira, 20 de novembro de 2007

Um poema de Maciel Melo


O filho do cidadão

Se eu não fui o filho exato que quiseste
Nem ao menos o que imaginaste
Fui apenas um pouco o que fizeste
E nesse pouco eu ergui a minha haste
Tantas vezes em que me abraçaste
Eu senti o calor da tua mão
Aquecendo minhas culpas com o perdão
Me beijando mostrando o lado certo
Os atalhos, os caminhos, os desertos
O abismo, a curva, a contramão
Me perdoe se as vezes me permito
Que o acaso penetre em meus momentos
Me envolvendo com loucos sentimentos
Desatando os bridões da minha vida
Volta e meia em becos sem saída
Dou de cara, me deparo com a parede
Nos teus punhos eu armava minha rede
Nos teus braços estendia o meu colchão
Hoje eu sinto a falta de um sermão
Que em seguida me davas um confeito
Aprendi que jamais serei perfeito
Ser seu filho é ser sempre um cidadão.

Só tomando uma na budega do véi pra fazer dessas!
A foto acima é de Xurumba.

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