
Sapatada em Bush vista por Tonho Pereba.
Ao jornalista abusado,
duas censuras faria:
não foi de ferro o calçado
e lhe faltou pontaria.
A mim enviada por Paulo Carvalho.
Jorge Renato de Menezes, poeta conhecido artisticamente por Jorge Filó, nasceu em Recife em 1969. Viveu a infância entre as cidades de Recife, Tuparetama, São José do Egito e Arcoverde. Nesta última, viveu da adolescência à fase adulta, exercitando a produção cultural, quando se mudou para o Recife em 1998, onde reside até hoje.
De repente, uma pessoa do público pergunta:
- Escute aqui, por que o senhor utiliza sempre três palavras para dizer a mesma coisa?
O candidato responde
- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos etc. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado ali jogado na esquina.
De imediato, o bêbado se levanta cambaleando e responde:
- Senhor postulante, aspirante ou candidato! (hic) O fato, circunstância ou razão de que me encontre (hic) em um estado etílico, bêbado ou mamado (hic) não implica, significa, ou quer dizer que meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou ralé mesmo (hic). E com todo o respeito, estima ou carinho que o Sr. merece (hic), pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando (hic) seus pertences, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho (hic) à leviana da sua genitora, à mundana de sua mãe biológica ou à puta que o pariu !
Movimento dos amigos dos Vates antes do show de lançamento do CD "Quem não viaja, fica!"!, dia 10 de abril de 2008.
Em terras dos Inhamuns
- crescido às margens de um rio -
há um casarão, só paredes,
limpo de vozes, vazio.
(Como nas naves dos templos)
- há sepultados barões
por trás da gorda caliça
que lhe recama os oitões.
Ao Leste, anseios de vôo,
a dominar claro monte;
ao Sul, longínquas Campinas
que tornam de água o horizonte.
Banha o vale o Jaguaribe
a correr chuvas de inverno,
mas se o sol lhe come as águas
seu leito se torna inferno.
de areias limpas e quentes
como são sempre as areias
dos ribeirões do Ceará
se a seca lhes bebe as cheias.
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Quem desvenda as veredas da poesia
E a poetas imberbes abre espaço
Sem temer falatório ou embaraço
Sabe o peso que tem a sua cria
É Leal no caminho que inicia
Dando margem e voz à criação
De quem cedo, já diz com o coração
Tudo quanto o sentido vai criando
Quero César Leal me abençoando
Pra tornar imortal minha geração.
Desde que lançamos a INTERPOÉTICA em outubro de 2006, a Corda Virtual tem sido um espaço interativo. Nesta seção, desafios têm acontecido. São lançados na rede e abertos a participação de todos, desde que compreendam as regras da poesia popular.
No dia 31 de agosto Mestre Salustiano se encantou. Mês dos ventos, mês de montar morada no céu. Nada mais justo para homenageá-lo do que jogarmos na internet um desafio a partir de um martelo agalopado do poeta e cineasta Wilson Freire.
Convocamos a todos os poetas, cordelistas e cantadores para saudarem Salu, com o mote “No terreiro da paz salu descansa / Silencia a rabeca genial”.
Para participar seguindo o mote envie os versos em décima de dez sílabas métricas, ou, se preferir, siga a peleja em outras modalidades: quadra, sextilha, septilha, oitava, quadrão, décima, galope à beira-mar, martelo alagoano, carretilha, gemedeira, mourão etc.
SALU MERECE!
Envie para: editores@interpoetica.com
ou clique aqui.
Eu já me atrevi!
O Cavalo Marinho silencia
O Ambrósio, o Mateus, o Bastião
A rabeca saiu da entonação
A cultura do povo, perde o guia
Toda Zona da Mata em nostalgia
Dá adeus a seu mestre colossal
Sua imagem agora é imortal
Para sempre guardada na lembrança
NO TERREIRO DA PAZ SALU DESCANSA
SILENCIA A RABECA GENIAL.
Foi o Mestre maior da nossa arte
Respeitado em todos os recantos
Pelo mundo artistas vertem prantos
Pois seu nome soou em toda parte
Dos brincantes foi grande baluarte
Com seu estro singelo, madrigal
O seu gênio, de forma magistral
Perpassou pela vida numa dança
NO TERREIRO DA PAZ SALU DESCANSA
SILENCIA A RABECA GENIAL.
Jorge Filó
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Convite para uma ciranda poética
em torno de uma gravura de Samico
por Marco Polo Guimarães