sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Do livro "As curvas do meu caminho"

Erasmo e Manoel Filó


Hasteei a bandeira da saudade
No momento da minha despedida
Pois a coisa pior que tem na vida
É deixar o que é bom sem ter vontade
Isso foi quando em plena mocidade
No vagão do destino viajei
Quinze anos depois eu retornei
Pra rever meu Boi Velho berço amado
Visitando o lugar que fui criado
Tive tanta saudade que chorei.


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Boi Velho era a antiga denominação da cidade de Ouro Velho, Cariri paraibano.

O grande poetamigo Erasmo de Mimosa, como era conhecido, era um caboclo nascido no Cariri paraibano. Ninguém que eu conheça expressava com tanta veemência, sua paixão pelo repente, pela poesia dos cantadores. Erasmo costumava explodir em gritos e aplausos, em meio as cantorias, como se estivesse sufocado com a genialidade dos poetas. Boêmio e grande glosador, o “Nêgo Erarmo” tinha a verve poética impregnada da saudade do seu chão, por ter vivido a maior parte de sua vida longe do seu “Boi Velho berço amado”. A estrofe acima retrata bem esse sentimento.
A benção mestre Erasmo.



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