A UM BURGUÊS
Tu, ventrudo burguês analfabeto,
Escultura rotunda da irrisão,
Para quem o viver mais limpo e reto
Consiste em ser devoto e ter balcão;
Tu, que resumes todo o teu afeto
No dinheiro, — o metal da sedução —
Pelo qual negociarás abjeto
Tua esposa, teu lar, teu coração,
Escuta, ó ignorantaço, o que te digo:
Esse ouro protetor, que é teu amigo,,
Que te deu o conforto de um paxá,
Pode comprar qualquer burguês cretino;
Mas a lira de um vate peregrino
Não compra, não comprou, não comprará.
2 comentários:
Caso a sociedade se organizasse com base neste caráter hoje seria outra. Valeu Jorge Filó. Não deixemos nunca morrer a bandeira da humanidade.
Grande Emídio! Segue abaixo link de um artigo sobre Emídio de Miranda:
http://www.triunfob.com/2010/12/emygdio-de-miranda.html
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