segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mestres da poesia!



A UM BURGUÊS

Tu, ventrudo burguês analfabeto,
Escultura rotunda da irrisão,
Para quem o viver mais limpo e reto
Consiste em ser devoto e ter balcão;

Tu, que resumes todo o teu afeto
No dinheiro, — o metal da sedução —
Pelo qual negociarás abjeto
Tua esposa, teu lar, teu coração,

Escuta, ó ignorantaço, o que te digo:
Esse ouro protetor, que é teu amigo,,
Que te deu o conforto de um paxá,

Pode comprar qualquer burguês cretino;
Mas a lira de um vate peregrino
Não compra, não comprou, não comprará.

2 comentários:

Fábio Rocha disse...

Caso a sociedade se organizasse com base neste caráter hoje seria outra. Valeu Jorge Filó. Não deixemos nunca morrer a bandeira da humanidade.

Anônimo disse...

Grande Emídio! Segue abaixo link de um artigo sobre Emídio de Miranda:
http://www.triunfob.com/2010/12/emygdio-de-miranda.html