Baixa a face o pranto desce
Ao som da Ave Maria
Ao som da Ave Maria
Por Ésio Rafael
(Aos componentes e participantes da JORNADA LITERÁRIA - Portal do Sertão- SESC-PE)
(Aos componentes e participantes da JORNADA LITERÁRIA - Portal do Sertão- SESC-PE)
Durante o percurso da viagem do Recife à Arcoverde para participar da JORNADA LITERÁRIA - Portal do Sertão, Setembro/2011, na sua terceira versão, numa realização do SESC-Pernambuco, viajavam Ésio Rafael, Celis e o poeta Jorge Filó, que conduzia no bolso um pendrive contendo versos de improviso e poesia popular de vários poetas, com o propósito de encurtar uma distância de mais ou menos 260 quilômetros , Jorge sacou o pendrive do bolso e o colocou pra trabalhar. Vieram à tona, nada mais e nada menos que: Manuel Xudu, Jó Patriota, os irmãos Batista (Louro, Dimas e Otacilio), Zé Marcolino, Manoel Filó, dentre outros, vejam quem: CANCÃO. Sim, Cancão declamando. Né véi? Chega!
Daí, Jó Patriota declamou uma canção/poema do maravilhoso genial violonista Canhoto da Paraíba. Fora quando nos deparamos com uma expressão dentro do texto: “BAIXA A FACE O PRANTO DESCE / AO SOM DA AVE MARIA”. Ôxe! Que mote para a CORDA VIRTUAL? Pensamos assim. Manda pra Sennor e Cida.
Então, nada mais lógico do que tirarmos o centro. Aí, os versos vão para o poeta e professor de literatura, Edison Roberto:
Na remissão dos pecados
Perante a noite que surge
Canta o cristão que urge
Uma canção dos seus fados
Nessa hora os apenados
Comemoram o fim do dia
Um sacristão de vigia
Puxa a corda o sino cresce
Baixa a face o pranto desce
Ao som da Ave Maria.
Perante a noite que surge
Canta o cristão que urge
Uma canção dos seus fados
Nessa hora os apenados
Comemoram o fim do dia
Um sacristão de vigia
Puxa a corda o sino cresce
Baixa a face o pranto desce
Ao som da Ave Maria.
Para dar continuidade à peleja convocamos a todos os poetas, cordelistas e cantadores, desde que compreendam as regras da poesia popular, para glosarem o mote:
Baixa a face o pranto desce.
Ao som da Ave Maria
Ao som da Ave Maria
Envie sua participação para: faleconosco@interpoetica.com ou clique aqui e visite a corda
Esses versos são da minha participação.
Quando é tempo de estio
Nos grotões do meu sertão
Não brota nada do chão
Fica perdido o plantio
Não se ver água no rio
No peito só nostalgia
Num viver de agonia
O sertanejo esmorece
Baixa a face, o pranto desce
Ao som da Ave Maria.
Já perto das seis da tarde
Quando a penumbra começa
Mudando a cor da peça
Do mundo que a sombra invade
É quando cresce a saudade
Que nos corrói e crucia
Quando o ocaso anuncia
O peito chega estremece
Baixa a face, o pranto desce
Ao som da Ave Maria.
Jorge Filó. 22.09.2011.
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