Bruno, Renata Rosa, André Nunes e Herbert. |
Se você, por alguma curiosidade, inventou de consultar algum
site de música, cultura ou variedades, nesses últimos dias, entre o escândalo
da nudez de Carolina e o apoio de Obama ao casamento gay nos States,
provavelmente ouviu falar de um cara chamado Herbert Lucena.
A notícia que correu os grandes portais de internet do Brasil, antes mesmo de ser divulgada nos sites de notícia da nossa resignada província, é a de que, o ilustre cantor, compositor e artista pernambucano Herbert Lucena, concorre, em 2012, à quatro categorias, na mais importante premiação musical do País, o Prêmio da Música Brasileira.
Lucena disputa, ao lado de grandes músicos, os prêmios de Artista Revelação, Melhor Cantor Regional, Melhor Disco Regional e Melhor Design Gráfico, no que pode se considerar um feito inédito, posto que é a primeira vez que um pernambucano, e me arrisco a dizer, um brasileiro, concorre a tantos canecos numa só edição do Oscar da MPB.
Nos idos de 2008, tive a oportunidade de estrear em disco, com o grupo Fim de Feira, através do cuidadoso trabalho de produção de Herbert Lucena. No ano seguinte, lá estávamos nós, no Rio de Janeiro, na mesma premiação, do lado de gente como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Quinteto Violado, Elba Ramalho e Chico César.
Vencemos e comemoramos juntos a categoria Melhor Grupo Regional. Nesse mesmo ano, Herbert concorreu também pela produção do brilhante trabalho com a Mazurca de Agrestina. Ou seja, já disputava dois prêmios como produtor, numa só edição. Se alguns jornalistas o chamam de azarão é porque certamente não abriram os olhos para este pequeno detalhe.
Entretanto, o reconhecimento do trabalho de Herbert por parte da dos curadores musicais do Sudeste nos sugere muitas alegrias e algumas reflexões.
A primeira questão é justamente o lance da produção fonográfica de Pernambuco, sobretudo no campo dos artistas e grupos ligados ao forró. Redundância, falta de ousadia e desleixo com a obra em si, são aspectos recorrentes nas produções de quem trabalha nesse segmento. Ao contrário disso, o disco de Herbert aposta em grandes parcerias, arranjos criativos, pluralidade rítmica sem forçação de barra, conteúdo nas letras e um trabalho gráfico impecável.
Muita gente pode argumentar: “Ah, mas fazer disco muito elaborado hoje em dia sai caro e não vende!” Pode até ser que não venda tanto assim, mas gera conteúdo, interesse, forma novos públicos e coloca nossa arte no mais alto panteão da cultura nacional. Isso é pouco?
Por outro lado, as pessoas que fazem parte do nosso Poder Público ainda insistem em ignorar músicos como Lucena. Gestores do meu e do seu dinheiro que pagam dez vezes mais a grupos e artistas que vivem do passado, que vêm de fora cobrando cachês milionários ou que apelam pra música chula e de mal gosto, não merecem meu respeito. A propósito, o próprio título do disco de Herbert trata justamente disso “Não me peçam jamais que eu dê de graça tudo aquilo que eu tenho pra vender”.
As quatro indicações de Herbert ao antigo prêmio Sharp e Tim, são demonstrações inequívocas de que apostar num produto de qualidade sempre rende bons frutos. Outros artistas daqui, pelo esmero e empenho que dedicam ao seu trabalho também poderiam facilmente estar no lugar do nosso companheiro. Ocorre que este ano ele nos representa, e ao invés de chamá-lo de Azarão eu prefiro dizer Favorito.
A notícia que correu os grandes portais de internet do Brasil, antes mesmo de ser divulgada nos sites de notícia da nossa resignada província, é a de que, o ilustre cantor, compositor e artista pernambucano Herbert Lucena, concorre, em 2012, à quatro categorias, na mais importante premiação musical do País, o Prêmio da Música Brasileira.
Lucena disputa, ao lado de grandes músicos, os prêmios de Artista Revelação, Melhor Cantor Regional, Melhor Disco Regional e Melhor Design Gráfico, no que pode se considerar um feito inédito, posto que é a primeira vez que um pernambucano, e me arrisco a dizer, um brasileiro, concorre a tantos canecos numa só edição do Oscar da MPB.
Nos idos de 2008, tive a oportunidade de estrear em disco, com o grupo Fim de Feira, através do cuidadoso trabalho de produção de Herbert Lucena. No ano seguinte, lá estávamos nós, no Rio de Janeiro, na mesma premiação, do lado de gente como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Quinteto Violado, Elba Ramalho e Chico César.
Vencemos e comemoramos juntos a categoria Melhor Grupo Regional. Nesse mesmo ano, Herbert concorreu também pela produção do brilhante trabalho com a Mazurca de Agrestina. Ou seja, já disputava dois prêmios como produtor, numa só edição. Se alguns jornalistas o chamam de azarão é porque certamente não abriram os olhos para este pequeno detalhe.
Entretanto, o reconhecimento do trabalho de Herbert por parte da dos curadores musicais do Sudeste nos sugere muitas alegrias e algumas reflexões.
A primeira questão é justamente o lance da produção fonográfica de Pernambuco, sobretudo no campo dos artistas e grupos ligados ao forró. Redundância, falta de ousadia e desleixo com a obra em si, são aspectos recorrentes nas produções de quem trabalha nesse segmento. Ao contrário disso, o disco de Herbert aposta em grandes parcerias, arranjos criativos, pluralidade rítmica sem forçação de barra, conteúdo nas letras e um trabalho gráfico impecável.
Muita gente pode argumentar: “Ah, mas fazer disco muito elaborado hoje em dia sai caro e não vende!” Pode até ser que não venda tanto assim, mas gera conteúdo, interesse, forma novos públicos e coloca nossa arte no mais alto panteão da cultura nacional. Isso é pouco?
Por outro lado, as pessoas que fazem parte do nosso Poder Público ainda insistem em ignorar músicos como Lucena. Gestores do meu e do seu dinheiro que pagam dez vezes mais a grupos e artistas que vivem do passado, que vêm de fora cobrando cachês milionários ou que apelam pra música chula e de mal gosto, não merecem meu respeito. A propósito, o próprio título do disco de Herbert trata justamente disso “Não me peçam jamais que eu dê de graça tudo aquilo que eu tenho pra vender”.
As quatro indicações de Herbert ao antigo prêmio Sharp e Tim, são demonstrações inequívocas de que apostar num produto de qualidade sempre rende bons frutos. Outros artistas daqui, pelo esmero e empenho que dedicam ao seu trabalho também poderiam facilmente estar no lugar do nosso companheiro. Ocorre que este ano ele nos representa, e ao invés de chamá-lo de Azarão eu prefiro dizer Favorito.
Bruno Lins é Jornalista e músico da banda Fim de Feira.
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