sábado, 25 de agosto de 2012

Eita agosto...



Pai Zé.

Esse mês de agosto nunca foi muito amistoso com os nossos. Alguns deles acharam de fazer a viagem derradeira justamente nesse mês do desgosto. Semana passada homenageei meu pai, Manoel Filó, falecido há 07 anos no dia 21 deste, agora vem meu avô paterno, o poeta José Filomeno de Vasconcelos, Zé Filó, o patriarca de uma dinastia de 14 irmãos[ãs], que se desdobrou em umas centenas de descendentes.

Nascido no século trasado, no ano de 1896, encantou-se há 30 anos exatos, num mesmo 25 de agosto, do ano de 1982. Hora sisudo, por vezes brincalhão, foi dos primeiros poetas de nossa linhagem que se seguiu adiante nos filhos, netos, sobrinhos, bisnetos...

De sua verve, saíram estrofes memoráveis e de elevado destaque no meio poético dos cantadores repentistas, que, embora nunca tenha cantado, sempre foi admirador e conviveu com esses artistas. Seus versos e motes, de bancada, sempre nortearam o universo da poesia do sertão, das coisas de sua terra e de sua gente.

Deixo aqui uma de suas pérolas e coloco o mote em aberto para os glosadores que forem tocados pela inspiração...

Uma saudade infestada
Toda vida eu sempre tive
Que não sei como se vive
Sem ter saudade de nada
Até mesmo um camarada
Quando faz uma partida
Nos deixa por despedida
Uma saudade encravada
Não ter saudade de nada
É não ter nada na vida.

É um orgulho arretado pertencer a essa arvore genealógica...

3 comentários:

lucas rafael disse...

não ter saudade de nada
é não ter nada na vida

A mente que na razão
Não tem alguma lembrança
Por certo sua esperança
Já saiu do coração
A força da emoção
Por certo não foi sentida
Uma vida só vivida
Tristeza sem dá risada
Não ter saudade de nada
É não ter nada na vida

Marcilio disse...

eu tinha uma cadelinha
no meu tempo de criança
e hoje a melhor lembrança
que eu tenho é de Xolinha
se eu chama-se ela vinha
com alegria incontida
sempre alegre e divertida
nunca ficava zangada
não ter saudade de nada
é não ter nada na vida
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quando ganhei um carneiro
pequeno,preto e pelado
arrumei outro emprestado
fiz parelha com o primeiro
ai me tornei carreiro
e fui ajudar na lida
botei água pra bebida
carreguei lenha cortada
não ter saudade de nada
é não ter nada na vida



Flávio Renato Ferreira disse...

A vida não nos dá certeza
e seguimos dentro de um trem
que segue e neste vai e vem
nos traz alegria e tristeza.
A morte que é da natureza
vai deixar toda carne caída
não restando uma outra saída
ao não ser a lembrança guardada
Não ter saudade de nada
É não ter nada na vida.