Mil novecentos e oitenta
Em São José do Egito
Mês janeiro, dia seis
Se dava início ao rito
De poetas cantadores
Magníficos condores
Do repente mais bonito.
Da esquerda, fotos de cima;
1ª FOTO - João Furiba canta com Diniz Vitorino, sob o olhar atento
do poeta Oliveira de Panelas, à direita de Furiba, e Otoni Propaganda, o guia
do carro da Pitu, que segura o microfone. Logo atrás se vê o Mestre Louro.
2ª FOTO - Os poetas saudosianos Antônio Pereira e João
Batista de Siqueira, o Mestre Cancão, em frente à casa do aniversariante
Lourival Batista.
3ª FOTO - Os poetas Pedro Bandeira e Lourival Bandeira. Dois
grandes do repente e advindos de outra dinastia de poetas repentistas.
4ª FOTO - [Foto central] Vista geral da Rua da Baixa, em São
José do Egito, onde ocorria o grande encontro dos poetas, que cantavam junto do
povo, em meio ao povo, anônimos e poetas já consagrados.
5ª FOTO - O mais incrível de todos o gênios já nascidos
naquela ribeira do Pajeú. Pela grandeza de seus poemas, pela simplicidade de
seus gestos, pelo apego às coisas naturais... Cancão é indefinível...
6ª FOTO - O mais lírico de todos, Mestre Jó Patriota, um boêmio
inveterado, de poemas madrugadores, recheados de um sentimentalismo próprio dos
virtuosos, assistido pelo poeta e jurista Zé Silva, à sua esquerda.
7ª FOTO - Cantam o aniversariante do dia, o genial Louro do
Pajeú, o rei dos trocadilhos, com o fabricador de pérolas da Serrinha Zezé Lulú,
outro incomensurável repentista daquele recanto.
Em 1980, data das fotos, que foram tiradas pelo amigo Marcos
Nigro, de Sertânia, sertão do Moxotó, eu tinha 11 anos de existência. Lembro
vagamente, talvez não deste, mas de outros grandiosos encontros em torno das
festividades do Dia de Reis e do aniversário do Mestre Louro, aos 06 de
Janeiro...
Que essas imagens sirvam pra adoçar a lembrança de todos que
puderam vivenciar estes, hoje tão distantes, momentos e que joguem um pouco de
luz sobre os novos administradores públicos da cidade Berço Imortal da Poesia,
para que se possa reviver instantes tão mágicos quanto estes.
Os jovens poetas que hoje habitam São José reclamam e clamam
pela volta da poesia como tema central de seus festejos... Eu acredito!
Jorge Filó.
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