sábado, 24 de março de 2007

Um soneto malassonbrado

Ilusão do suicídio

Desta janela de meu quarto triste
Arrebatado de pavor e pena
Eu assisto a tristeza de uma cena
Que pouca gente noutro quarto assiste.

Neste cassino que defronte existe
Onde a flor da virtude se envenena
Uma pobre e cansada Madalena
Bebe nitrato e de viver desiste.

Vejo-lhe as mãos a comprimir-lhe os seios
Ouço gemidos lancinantes feios
Que a dor arranca do seu peito fundo.

Maldizendo o destino e a pouca sorte
Põe termo a vida para ver se a morte
É menos triste do que foi seu mundo.

Rogaciano Leite
Poeta da cidade de Itapetim, sertão do Pajeu, Pernambuco.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns Jorge pelo seu blog.Obrigado por lembrar do poeta de Itapetim Rogaciano Leite.

abraços

Saulo Passos