Jorge Renato de Menezes, poeta conhecido artisticamente por Jorge Filó, nasceu em Recife em 1969. Viveu a infância entre as cidades de Recife, Tuparetama, São José do Egito e Arcoverde. Nesta última, viveu da adolescência à fase adulta, exercitando a produção cultural, quando se mudou para o Recife em 1998, onde reside até hoje.
Recebi do poeta Dedé Monteiro.
Ôh cabra poeta da goitana!
Obrigado meu Mestre.
Filó viverá pra sempre, Se alguém deseja saber.
Sua genialidade,
Seu nobre jeito de ser,
Seus versos inteligentes...
São mais que suficientes
Pra não deixá-lo morrer!
Se Filó perdesse, um dia,
A sua imortalidade,
Pense aí o que seria
Do resto da humanidade.
Neste ano de 2010, neste dia 21 de agosto, completam cinco anos da viagem ao desconhecido, do Mestre Manoel Filó. Com muito orgulho, meu pai! De pia, seu nome era Manoel Filomeno de Menezes. Abreviado, alguns amigos o chamavam apenas de Filó, outros, de Manoel Filósofo!
Vou me atrever a discorrer sobre meu pai, não pela ótica do filho, mas pelo víeis de admirador e seguidor de sua obra poética. Um vasto cabedal de motes, décimas, sextilhas, também sonetos, versos de improviso, muitos de bancada, todos com sua peculiar maneira de ver as coisas.
Um exímio observador da natureza¹, tanto em sua simplicidade, bem como no seu complexo universo. Este tema era sempre uma constante na sua poesia. Mas não ganhou o codinome de “Filósofo” à toa. Também tratava de temas existencialistas², de sentimentos humanos.
¹ Nunca mais tinha cantado
Numa baixada de areia
Onde a lua sai mais clara
Três noites depois de cheia
Jogando brilho no orvalho
Que a madrugada semeia.
² Assim como existe alguém
Que quando perde alguém, chora
Também tem alguém que age
Quando um amor vai embora
Na mesma simplicidade
Que um pingo d`água se tora.
Eis aí dois belos exemplos da poética deste grande mestre. Um homem virtuoso, amigo, leal, comprometido com seu povo e sua região – o Pajeú. De fino trato com todos que lhe dirigiam a palavra. Daí o chamarem também de fidalgo, sem nenhum exagero. Poeta que sempre foi reconhecido por todos que o conheceram, como um exemplo a ser seguido.
Pode parecer presunçoso, eu que sou filho, tentar elevar a figura do poeta, filósofo e fidalgo, Manoel Filó. Mas sua própria história é a marca de tudo disso. Sua extensa lista de grandes amigos atesta e dá fé, tanto de sua genialidade como poeta, bem como do cidadão exemplar que sempre foi.
Hoje, em Brasília, a comunidade Egipsience, que lá reside, presta homenagem ao Mestre Manoel Filó em uma grande festa, festa essa que acontece a cada dois anos e que reúne todos, não só de São Zé, mas de toda a região do Pajeú.