segunda-feira, 29 de junho de 2009

Mestre Vitalino em peleja virtual!!!

Mais uma Corda Virtual está aberta no site Interpoética, dos amigos Cida Pedrosa e Senor Ramos. Nesta edição, presta-se uma homenagem ao centenário de nascimento do mestre Vitalino.

O mote proposto e a primeira estrofe, são de minha autoria, a pedido dos editores do site. O que muito me honra. O site ainda traz um comentário da escritora Micheliny Verunschk, sobre o livro As filhas de Lilith, da poeta Cida Pedrosa. Folhas Soltas, coluna que traz textos de Ésio Rafael, e muito mais.

Para visitar o site e deixar sua participação na Corda Virtual, basta clicar na figura abaixo.




Peleja Virtual no jornal!

Foi publicada hoje, no Diário de Pernambuco, uma matéria [capa do Caderno Viver] sobre pelejas virtuais, em cordel, feitas através do MSN. A matéria é assinada pela jornalista Pollyanna Diniz e traz comentários de vários poetas da Unicordel, além da pesquisadora Maria Alice.
Vale conferir. Quem quiser pode CLICAR AQUI e saber mais lendo a matéria no site do DP.
Abaixo a capa do Caderno Viver do dia 28 de Junho de 2009.




sábado, 20 de junho de 2009

O homem gravador.

O Mestre Zé de Cazuza [de calça branca], Felizardo Moura, seu filho [ao lado de camisa listrada], Beatriz Castro, apresentadora do programa, e alguns vizinhos do sítio onde o poeta mora na Prata-PB


O Mestre das Artes da Paraíba, o gênio Zé de Cazuza, esteve recentemente em destaque na TV Globo [com sérias restrições] no programa Globo Repórter, que falava sobre a memória, destaque esse, merecido com honras, como O Homem Gravador.

Desde criança o mestre Zé de Cazuza vem decorando e repassando, os mais valorosos repentes, dos mais destacados poetas desta arte. Não é brincadeira, o cabra fazia o verso na hora, na base do improviso, e Zé decorava no mesmo instante. Uma dádiva por ele não desperdiçada.

A muito o mestre Zé já carrega esta alcunha, destacada agora no referido programa. Val Patriota, filho do não menos genial Louro do Pajeú, foi certa vez indagado; Val, qual a diferença entre Zé e um gravador, Val da sentença; O gravador grava tudo e Zé só grava o que presta, referindo-se as magníficas estrofes decoradas pelo mestre Zé.

José Nunes Filho, Zé de Cazuza, é hoje Mestre das Artes da Paraíba, título cedido pelo governo do estado, por seus serviços, incalculáveis, prestados a cultura do nosso país. O Mestre é capaz de passar horas a fio declamando os mais variados mestres do repente sem repetir uma estrofe ou esquecer qualquer detalhe da ocasião onde se deu o repente.

E não fica por ai. Zé além de decorar os versos dos outros, também cria e decora seus próprios versos, como estes que agora destaco;

O poeta quando canta
Faz o seu mundo encantado
Cresce mais do que a planta
Quando o solo está molhado
Anda por mundo invisível
Esquecer é impossível
Dos improvisos que faz
Sua existência é florida
Quanto mais canta na vida
Mais deseja cantar mais.

Este ano, o Mestre Zé de Cazuza, intera seus oitenta anos, de uma existência cheia de grandes feitos e de uma história repleta de sabedoria e ensinamentos. Ser contemporâneo deste gênio, ter convivido com ele desde minha tenra infância, me dá um orgulho da gota.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Novidades!!!

O site Interpoética está cheio de novidades. Poesias, contos, artigos. São vários links, colunas, participações. Tudo muito bem selecionado pela poeta Cida Pedrosa e pelo diagramador Sennor Ramos.

O site ainda traz o link, Navegue nesta idéia, com mais de cem poetas pernambucanos cadastrados, projeto aprovado e incentivado pelo Funcultura do estado de Pernambuco.

Alem de poemas dos cadastrados, o link conta com uma mine biografia de cada autor.
Vale conferir. É só clicar na imagem abaixo e passear!



Mestres da poesia!


Sebastião Dias Alves, poeta repentista de grande sensibilidade e versador dos grandes, nasceu em Ouro Branco-RN, mas está radicado na cidade de Tabira-PE, onde mora a décadas e construiu sua vida, sua família e calcou toda sua historia de grande cantador.

Também preocupado, e sempre ligado as questões sociais, lá se tornou vereador, acredito que já no terceiro mandato, onde realiza um trabalho de conscientização com a população mais carente de sua localidade, levando a cultura e o conhecimento.

É formado no curso de história da Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, onde teve como mestre, durante o curso, o professor José Rabelo de Vasconcelos, outro grande ícone da nossa cultura sertaneja.

Tião, com é chamado pelos mais próximos, e sabiamente chamado de “O Chico Buarque da viola”, por seu lirismo inteligente, já tem seu trabalho reconhecido nacionalmente, com poemas e musicas, gravados por grandes artistas como Fagner, Alcimar Monteiro, entre outros. Participou e ganhou vários festivais de repente em todo Brasil, gravou recentemente um documentário para Fundaj e viaja o país mostrando seu repente.

Para mostrar um pouco de sua verve poética e de seu engajamento nas causas sociais, vão ai dois improvisos, que ilustram muito bem, mas esta variante deste grande mestre repentista que é Sebastião Dias.

Já nas avenidas belas
Cada edifício é um nome
Num bonito apartamento
Um burguês que tudo come
Ocupa os vãos que um pedreiro
Construiu passando fome.

O cemitério é a casa
Dos nossos restos mortais
Ambição, ódio, vingança
Ficam da porta pra trás
Porque do portão pra frente
Todos nós somos iguais.
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Esse eu recomendo!!!


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Informativo Unicordel!


Imperdível...

Arraial do Cordel reúne poesia popular com os ritmos juninos
Com patrocínio do Funcultura/Fundarpe e da Prefeitura do Recife, a União dos Cordelistas de PE (Unicordel) realiza a primeira edição do ARRAIAL DO CORDEL, evento que une a força da poesia popular ao encanto dos ritmos regionais do ciclo junino. A festa dos amantes da poesia popular será animada por recital de cordel e Cordelistas darão início à festa, que terá, dentre outras atrações, Allan Sales, Coco Camará e o grupo Fim de Feira. Durante o evento, será lançado o livro “No Visgo do Improviso”, da jornalista e pesquisadora Maria Alice Amorim.

Vai começar com cordel
E poesia em geral
mas depois entra o forró
animando o pessoal
e muita gente bonita
vestindo xadrez ou chita
Vai levantar a poeira
Dançando no “arraiá”
com o Coco Camará
E o grupo Fim de Feira.

Serviço:
Evento: I ARRAIAL DO CORDEL
Data: 13 de junho
Hora: a partir do meio-dia
Local: Mercado da Boa Vista (Recife)
Entrada: Gratuita
Realização: União dos Cordelistas de Pernambuco-Unicordel
Contatos:
- Email: unicordel@gmail.com.br
- Fone: 9258-7151 – 8896-5649


Últimos dias...

Unicordel e JC Online abrem inscrição para I Concurso de Cordel
Termina nesta sexta-feira, dia 12, as inscrições para o Concurso de Cordel que está sendo promovido pelo site JC ONLINE, em parceria com a Unicordel e a Pantera Cordelaria. Tendo como tema “São João do Nordeste, o melhor do Brasil”. Os trabalhos concorrentes devem ser enviados para o email saojoao@jc.com.br. Mias informações no site: http://www.jc.com.br/canal/sao-joao-2009/index.php.


Foi massa...

Projeto Cordel o Ano inteiro realiza Estação do Cordel no Metrô do Recife.
Na última sexta-feira, dia 05, os poetas da Unicordel realizaram mais um formidável recital dentro do projeto Cordel o Ano Inteiro, que tem patrocínio do Funcultura/Fundarpe/SEc. Educação/Gov de PE. O evento aconteceu na Estação Recife do metrô e ofereceu ao usuários desse sistema de transporte um encontro com a poesia popular nordestina.

Agenda Cultural:

Eventos do mês de JUNHO:

13/06/09- 12h - Arraial do Cordel. Festa junina promovida pela Unicordel e lançamento do livro No visgo do Improviso, de Maria Alice Amorim. Atrações: Unicordel, Allan Sales e Divino do Acordeon, Adiel Luna e Coco Camará, Grupo Fim de Feira. Local: Mercado da Boa Vista Recife.

17/06/09 – 19h – A edição de junho do projeto Quartas Literárias terá a participação da Unicordel, além de outros poetas convidados. O evento acontece no Centro de Cultura Luiz Freire. Olinda.

26/06/09 – 19h – A convite da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel-ACLC, poetas da Unicordel apresentam-se no Casarão Cultura do Repente. Local: Cidade Cenográfica localizada na Estação Ferroviária. Caruaru.

domingo, 7 de junho de 2009

Um recado de Junior do Bode!

Ao amigo forrozeiro
Que gosta de animação
Receba aí meu convite
Não perca a programação
SÁBADO DANADO DE BOM!
Ao Pátio trará o som
Da sanfona de São João.

Zequinha dos 8 Baixos
Abre o sábado primeiro.
E no outro é Ed Carlos
Traz clássico do cancioneiro.
E depois Sandra Belê.
Encerrará pra você
Jaiminho, bom sanfoneiro.



sexta-feira, 5 de junho de 2009

20 mil visitas! Obrigado!!!

Agradeço a todos que me visitam neste blog, onde tento mostrar um pouco da cultura do povo sertanejo e da poesia nas suas várias formas de se manifestar.
Hoje dia 05 de Junho de 2009, comemoro meus 40 anos, com a marca de mais de 20 mil visitas. Não sei nem se isso é algo a ser comemorado, com relação a outros sítios bem mais visitados, mas pra mim é um presente da gota!
Obrigado a todos e continuem se espojando neste terreiro. A casa é nossa!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Todo mundo tem um vício!

Zeto, Arraes e Louro

Não era mais um aventureiro que por lá tinha baixado. Zeto já era quase um filho nato de São José do Egito. Casado com Bia Marinho, genro de Lourival Batista, fazia parte de uma tradicional família Egipciense.

Contudo, ainda era alvo da curiosidade dos menos ocupados, digamos assim, por seu jeito extrovertido, falante, inteligente e por seu aspecto pouco comum aos da região, cabelos compridos, barba farta, roupas largas e a vontade. Assim era Zeto, num resumo que nada trata do seu caráter indiscutível.

Zeto era também, um transgressor de conceitos e normas. Usuário assumido de maconha, e nem por isso um marginal, bandido, apologista de crime algum, ou incentivador do uso de drogas, nem tão pouco cúmplice de traficantes. Era, acima de tudo, um artista fenomenal.

Digo isso pra ilustrar melhor a genialidade de Louro. Um cidadão de São Zé, sabendo do uso do poeta Zeto, procura Louro para alertá-lo sobre o ilícito do genro, a quem, sem nenhuma analise de caráter, já tratava como alguém a ser excluído da sociedade a qual fazia, ele, o cidadão Egipciense, parte.

E indagou Louro;

- Seu Louro, num me leve a mau não, mas eu tenho uma coisa horrível pra lhe contar. É que esse seu genro, Zeto, Deus me livre, é viciado em maconha!

Louro dar-lhe a sentença de improviso;

- Todo homem tem um vício meu amigo, o seu mesmo é fuxicar!

Gênio em todos os aspectos, no improviso, na resposta certeira, na força da opinião e no caráter inabalado de quem viveu e morreu como homem a ser respeitado e louvado. A foto é só pra ilustrar um pouco do que era a relação de Louro e o genro Zeto, e o respeito que tinham de cidadãos de todas as classes!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

História de improviso!

Jó e Ésio [isso tem tempo]


Essa história quem me contou foi Ésio Rafael. Diz um pouco da genialidade dos mestres repentistas, neste caso, Jô Patriota é o ator, autor.
É comum em ajuntamentos de amigos, isso mais pelo sertão, brincarmos de improvisar, glosar seria o termo. Isso se dá de várias formas, ou de dois, ou de três poetas ou quantos quiserem. Pode ser no mourão voltado, perguntado, ou mourão em sete, na sextilha, no mote em sete ou em dês. Os mais variados gêneros.
Numa dessas ocasiões estavam Ésio, Frutuoso, um amigo comum, e Jô. Iam num carro pra uma cantoria, ou vinham, não lembro bem agora, quando Ésio deu a chave no mourão em sete;

Sei que vou morrer sonhando
O meu sonho de poeta

Frutuoso emendou;

A minha saudade fura
Igualmente a uma seta

Jô, genial, finda o mourão;

Vivo acordando e dormindo
Vivo tombando e caindo
Dentro da mesma valeta.

Isso já caniado e com a matéria bastante usada pela idade. E é de uma brincadeira de versar, digo brincadeira por não se tratar de poetas profissionais, que nascem versos memoráveis, como este.
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