sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Tinha que ser o Bush!


Sapatada em Bush vista por Tonho Pereba.

Ao jornalista abusado,
duas censuras faria:
não foi de ferro o calçado
e lhe faltou pontaria.

A mim enviada por Paulo Carvalho.



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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Ai dento Papai Noel!!!


Este velhinho sacana
Feito pela coca-cola
Precisa é de uma degola
Pois ele a mim não engana
Vende “coca” e bebe cana
Seu covil é um bordel
Foi pego dançando o Creu
Com um negão lhe enrabando
NO NATAL, VOU DESEJANDO
AI DENTO, PAPAI NOEL!

Jorge Filó

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Meus versos na Continuum

Meus caros poetamigos, a revista Continuum, do Itau Cultural, tanto em sua versão escrita e/ou online, traz uns versinho que fiz, especialmente pra dita revista, sobre o fim do ano e suas novas esperanças.
Para ler o cordel clique aqui! Tem muito mais coisa boa na revista, que prima pela qualidade! É, para mim, uma honra estar inserido neste contexto! Um abraço a todos!


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Bira Marcolino na fita!


Eu mesmo não vou perder
Esta festa tão bonita
Ver Bira gravando a fita
Do show que ele vai fazer
Esse DVD vai ser
A virada no destino
Do cantador nordestino
Que preza na qualidade
É poeta de verdade
Da lavra de Marcolino!

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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Um recado da Unicordel



Amigos,

Nesta quarta-feira, 19/11, a Unicordel-União dos Cordelistas de Pernambuco, em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco-FUNDAJ, Editora Coqueiro e Comissão Pernambucana de Folclore, estará comemorando o DIA ESTADUAL DO CORDELISTA, estabelecido pela lei 12958, de 20-12-2005. O evento acontecerá na FUNDAJ-APIPUCOS(Rua Dois Irmãos, 92) e contemplará as seguintes atividades:
10:00 - Lançamento do cordel Beabá do Baobá, de Ernando Carvalho (Editora Coqueiro), com plantio de muda desta planta de origem africana
10:30 - Exibição de documentários sobre poesia popular
14:00 - Seminário "Cordel, Mídia e Educação", com os pesquisadores Maria Alice Amorim, Ésio Rafael e Margarete Grillo
17:00 - Recital da Unicordel

Além dessas atividades, haverá exposição de xilogravuras, de folhetos da Biblioteca da Fundaj e feira de produtos culturais (cordel, xilogravuras, livros, cds, artesanato, etc.)

Contamos com a presença de todos.

União dos Cordelistas de Pernambuco-Unicordel
Informação: 3073-6508 - 99103445

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Como diria Antõe de Catarina!



"Uma questão de semântica."


Um político que estava em plena campanha chegou a uma cidadezinha, subiu em um caixote e começou seu discurso:
- Compatriotas, companheiros, amigos! Encontramo-nos aqui convocados, reunidos ou ajuntados para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é minha postulação, aspiração ou candidatura à Prefeitura deste Município.


De repente, uma pessoa do público pergunta:
- Escute aqui, por que o senhor utiliza sempre três palavras para dizer a mesma coisa?


O candidato responde
- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos etc. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado ali jogado na esquina.


De imediato, o bêbado se levanta cambaleando e responde:
- Senhor postulante, aspirante ou candidato! (hic) O fato, circunstância ou razão de que me encontre (hic) em um estado etílico, bêbado ou mamado (hic) não implica, significa, ou quer dizer que meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou ralé mesmo (hic). E com todo o respeito, estima ou carinho que o Sr. merece (hic), pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando (hic) seus pertences, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho (hic) à leviana da sua genitora, à mundana de sua mãe biológica ou à puta que o pariu !



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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Mestres da poesia

Patativa do Assaré

Dois quadros

Na seca inclemente do nosso Nordeste,
O sol é mais quente e o céu mais azul
E o povo se achando sem pão e sem veste,
Viaja à procura das terra do Sul.

De nuvem no espaço, não há um farrapo,
Se acaba a esperança da gente roceira,
Na mesma lagoa da festa do sapo,
Agita-se o vento levando a poeira.

A grama no campo não nasce, não cresce:
Outrora este campo tão verde e tão rico,
Agora é tão quente que até nos parece
Um forno queimando madeira de angico.

Na copa redonda de algum juazeiro
A aguda cigarra seu canto desata
E a linda araponga que chamam Ferreiro,
Martela o seu ferro por dentro da mata.

O dia desponta mostrando-se ingrato,
Um manto de cinza por cima da serra
E o sol do Nordeste nos mostra o retrato
De um bolo de sangue nascendo da terra.

Porém, quando chove, tudo é riso e festa,
O campo e a floresta prometem fartura,
Escutam-se as notas agudas e graves
Do canto das aves louvando a natura.

Alegre esvoaça e gargalha o jacu,
Apita o nambu e geme a juriti
E a brisa farfalha por entre as verduras,
Beijando os primores do meu Cariri.

De noite notamos as graças eternas
Nas lindas lanternas de mil vagalumes.
Na copa da mata os ramos embalam
E as flores exalam suaves perfumes.

Se o dia desponta, que doce harmonia!
A gente aprecia o mais belo compasso.
Além do balido das mansas ovelhas,
Enxames de abelhas zumbindo no espaço.

E o forte caboclo da sua palhoça,
No rumo da roça, de marcha apressada
Vai cheio de vida sorrindo, contente,
Lançar a semente na terra molhada.

Das mãos deste bravo caboclo roceiro
Fiel, prazenteiro, modesto e feliz,
É que o ouro branco sai para o processo
Fazer o progresso de nosso país.




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sábado, 8 de novembro de 2008

Uma festa arretada!


Parabéns amigos Fábio
E Mestre Paulo Carvalho
PassaDisco, cinco anos
Disseminando o trabalho
Da arte pernambucana
Que à Paulo se irmana
...Dois cabôcos do K...


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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Atrás da revolução!!!

Credo em cruz, Ave Maria
Vem crescendo em proporção
Se alastrando pelo mundo
Feito pebas no sertão
E é justo deles que falo
- Pebas em revolução!

“A revolução dos pebas”
Invade todo recanto
Forma a dança, traz o riso
Mas faz também verter pranto
Toca a música do mundo
Sem esquecer do seu canto.

Salve! Salve! Essa guerrilha
Que a arma é a cantoria
Xote, merengue, balada
Pausa para a poesia
Palmas para o Fim de Feira
Mais um veio de magia.


Encontro do Fim de Feira com os Vates no Box Sertanejo


Serviço

O que? Fim de Feira
Onde? Mercado da Madalena - Box Sertanejo
Quando? sábado - dia 01.11.08
Que hora? a partir do meio-dia
Lançamento do CD "A revolução doa pebas"
VAI TER CANTORIA!!!


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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Do livro "As curvas do meu caminho"

JOSÉ FILOMENO DE MENEZES
ZECA FILÓ – (IRMÃO DO AUTOR)

Poeta repentista, faleceu em 1951 aos 25 anos de idade. Devido a sua existência bastante efêmera, só foi possível recuperar este material, graças à privilegiada memória do poeta, seu amigo e companheiro de andanças – José Nunes Filho ( Zé de Cazuza). O mesmo material foi cedido para F. Coutinho – poeta paraibano, que o fez publicar em sua obra intitulada: “Violas e Repentes”


A morte é devoradora
Que a todos nós amedronta
A vida é quem faz a dívida
A morte é quem paga a conta
A vida é quem bate o prego
A morte é quem vira a ponta.

O dia do julgamento
É o dia do juízo
Os maus terão seu castigo,
E os bons o paraíso
Nesse dia é que se sabe
Quem tem lucro ou prejuízo.


Tem vezes que eu digo ui!
Tem horas que eu digo ai!
Dias que a saúde vem,
Tempos que a saúde vai,
Mas, ou em vida ou na morte
O meu mal ainda sai.


É triste uma despedida
Quando se tem amizade
Eu sou um que me despeço,
Porém, não é por vontade
Em cada aperto de mão
Sinto carinho e saudade.


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Ésio Rafael no site Interpoética!


Mais um testo do poeta Ésio Rafael [na foto de Paulo Carvalho] para o site Interpoética. Desta vês o Mestre da Artes da Paraíba Zé de Cazuza foi o escolhido. Dono de uma personalidade impar e marcante, Zé de Cazuza é um dos mais respeitados poetas de todas as gerações, conviveu com a maioria dos grande mestres do repente, como Louro do Pajeú, Pinto do Monteiro, passando por gente da novíssima geração. Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, foi, e é, um de seus pupilos e admiradores. Clique na imagem abaixo e saiba mais deste genial poeta.






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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Lançamento!!!

O poeta, recitador e boêmio inveterado Valmir Jordão, lança mais um petardo de poesias curtas e claras. Hai Kaindo na Real e outros poemas, traz a verve irônica e crítica deste poeta “marginal”. Valmir faz parte de um time de poetas urbanos que fazem uso da palavra poetizada para escarnecer suas, e de toda cidade, angustias e desconfortos com as mazelas sociais que nos afligem. Sua poesia contestadora, nos impõe o exercício da reflexão e da indignação. Sem meias palavras.

Serviço

O que? Lançamento livro “Hai Kaindo na Real” Valmir Jordão.
Quando? Dia 30 de outubro 2008.
Onde? Auditório SINTTEL [próximo a Católica Recife]
Que hora? 19h
NÃO DEIXE DE IR!!!


Fique peixe que a era é de aquário!


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Mestres da poesia



Em 1923, Natal conheceu Fabião das Queimadas
Por Rostand Medeiros



Em 13 de dezembro de 1923, o jornalista e advogado Manoel Dantas, com o pseudônimo de “Braz Contente”, publicou no jornal “A Republica”, uma nota intitulada “Coisas da Terra”, onde noticiou que “estava sendo organizada uma grande quermesse, que ocorreria na noite de natal e teria lugar nos jardins do Palácio do Governo. Esta era uma iniciativa de senhoras da sociedade local, que buscavam ajudar o Instituto de Proteção e Assistência a Infância a construir o Hospital das Crianças”.

O edifício estava sendo construído na avenida Deodoro, idéia do médico Manoel Varela Santiago Sobrinho para atender às camadas mais carentes da população. Por esta época, eram altíssimos os índices de mortalidade infantil na capital, devido às precárias condições de higiene e do atendimento à saúde pública. Estes problemas incomodaram uma parte da sociedade local, que se disponibilizou a ajudar.

À frente desta iniciativa se destacou a figura da poetisa Palmyra Wanderley, que em 1923 era uma das mais conceituadas intelectuais da terra, possuía uma cultura elevada, vinha de uma família de intelectuais, sendo assídua colaboradora em jornais e revistas, tanto potiguares como de outros estados.

Junto com a liderança de Palmyra, mais de 50 mulheres se engajaram nesta obra. Não deixa de ser interessante que, em meio a uma cidade onde predominava a família patriarcal e o machismo, se observa esta participação feminina. Foi publicada uma lista com os nomes destas participantes, onde se percebe que a grande maioria destas mulheres faziam parte da elite natalense. Um grupo delas chegou inclusive a sair pela Natal de 25.000 habitantes, para vender as entradas da quermesse, pelo preço módico de 2$000 réis.

Como atração principal, Palmyra decidiu não colocar algum artista declamando poesias clássicas, ou algum instrumentista tocando alguma peça européia, ou ainda artistas vindo de outras capitais. Sua decisão foi por um artista potiguar, já com uma certa idade, um poeta que declamava seus versos junto com uma rabeca, além de tudo negro e ex-escravo. Estamos falando de “Fabião das Queimadas”.

Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha nasceu escravo, em 1850, na Fazenda Queimadas, do coronel José Ferreira da Rocha, no atual município de Lagoa de Velhos (RN). Começou a cantar durante os trabalhos na roça. Tornou-se tocador de rabeca, tendo adquirido seu instrumento aos 15 anos, com o apoio do dono, que permitia e incentivava que ele cantasse nas casas dos mais abastados da região e nas feiras. Conseguiu angariar algum dinheiro que, aos 28 anos, possibilitou comprar a sua alforria. Era analfabeto, mas criava versos, como o "Romance do boi da mão de pau", com 48 estrofes. Suas composições apresentam traços dos romances herdados da idade média.

Leia o testo completo, Clique aqui!


Meu Viver é temperado
De sofrer e de alegria
Sou escravo no roçado
Mas sou rei na cantoria.

Fabião das Queimadas



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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Uma festa malassombrada!



A revolução dos pebas
Já está se aproximando
E pra não perder a farra
Vá seu ingresso comprando
Custa apenas cinco conto
Pois já está tudo pronto
Que o dia vem chegando.

Adquira o passaporte
Pra está revolução
Lá no Box Sertanejo
Ou na Passa Disco então
Só não deixe de comprar
Ou de fora vai ficar
Dando lambida em sabão.

Serviço

Lançamento do CD “A revolução dos pebas” Fim de Feira
Onde? Teatro da UFPE
Quando? Dia 22 de outubro de 2008
Que horas? 20h
Quanto? R$ 5,00 [cinco reais]
Locais de venda
Box Sertanejo [Mercado da Madalena – 34468596]
Passa Disco [Shopping Sitio da Trindade – 32680888]

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

E a peleja continua!

A Corda Virtual, seção do site Interpoética, em homenagem ao poeta César Leal, que iniciei, ainda está gerando. O mote sugerido é o da figura ai embaixo. Clique na imagem e participe da peleja!




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IMPERDÍVEL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Do livro "As curvas do meu caminho"

Neste dia 13 de outubro, o poeta Manoel Filomeno de Menezes [13.10.1930] estaria completando 78 anos. Manoel Filó, como ficou conhecido onde passou, faleceu em 2005, no dia 21 de agosto, e sempre será lembrado por sua personalidade única de poeta fidalgo. Do seu livro “As curvas do meu caminho” publico o texto do poeta Zelito Nunes, amigo e admirador do véi meu pai.



É MELHOR A GENTE NÃO BULIR NISSO NÃO.

“Vivemos num mundo cheio de miséria e ignorância. O dever de cada um de nós é tentar tornar o pequeno canto em que vive em algo um pouco menos miserável e menos atrasado do que antes da sua chegada”.

Aldous Huxley


Em 78, eu e mais dois irmãos meus, tínhamos uma graficazinha na Conde da Boa Vista. Era pequena e não tinha nem guilhotina, mas era uma gráfica e em torno dela, ou dentro dela, um sonho meu: publicar os poetas e cantadores da minha terra.
Procurei Manoel Filó, mostrei o meu interesse. Ele se esquivou: “Depois a gente vê isso”. O tempo passou, e em 83 eu, já na Imprensa Universitária da UFRPE, voltei a procurá-lo e ouvi nova desculpa. passei a olhá-lo atravessado e ele meio desconfiado pro meu lado como se me devesse alguma coisa. Hoje, vinte anos depois, eu um pouco mais maduro, entendi que estava apressando o rio.
Bendita e louvada seja a vontade do poeta Manoel que veio pedir-me um texto.
“Para um livrinho que estamos fazendo” confidenciou-me.
Hoje, aos 30 de setembro de 2003, me acordo cedo na fazenda Boa Vista e saio andando em direção a Prata, de pés, como sempre faço quando estou lá.
A fazenda Boa Vista foi o lugar onde nasceram o meu pai, em 1901, e o poeta Zé de Cazuza, em 1929.
Gosto de olhar aquelas serras azuis ao longe e perceber a curiosidade do povo que passa por mim vendo a minha solidão, como se perguntasse: “Pra onde vai este doido?”, e eu, respondo pra mim mesmo: “Vou dar vazão à minha veia de doidinho de estrada”, coisa que gostaria de ter sido se não fosse hoje apenas um doido comum.
E aí, me lembro de Manoel Filó.
- Vocês sabem o que os doidos de estrada botam dentro daqueles sacos enormes que conduzem nas costas?
Ninguém sabe; só Manoel Filó sabe, pois eles estão na sua poesia.
Depois, ainda na minha caminhada solitária, dou de cara com um anum preto sentado num galho de jurema. Olho pra ele, penso na sua feiúra – um preto velho com cara de preguiçoso e um bico grande que parece pesar mais do que seu corpo todo. Ele também me olha, e nada me diz.
Vou em frente e lá na frente, por curiosidade, me volto para o lugar onde o deixei, ele já não está mais lá, agora vem voando em direção a mim, com seu vôo desengonçado. Só aí é que percebo o grande lance: “Mas ele voa, cara!”.
Sobrevoando a minha triste figura ele me olha pela ultima vez, como se dissesse: “Não faço cocô na tua cabeça porque não quero!”, e vai-se embora...
E o que é que isso tem a ver com Manoel Filó? Pra mim tem tudo. Manoel sabe do bico, da cor e da feiúra do anum. Sabe que ele tem um canto bonito e faz trancinhas na crina dos animais enquanto procura insetos.
Manoel sabe da chuva, do sol, da madrugada e da noite. Para ele, “às vezes, ela é até uma dama triste, vestida de preto”.
Manoel sabe da “pólvora” das formigas.
Manoel sabe tudo.
Eu, depois de publicar um livrinho safado, procuro agora uma palavra bonita para dirigi-la a Manoel Filó. Tenho dificuldade, e descubro o porquê: eu gastei todas que sabia no livrinho que fiz.
Mas, remexendo na memória, consigo lá no fundo uma que parece bem diferente: Holos, holismo (acho que vem do grego). Manoel Filó é também holista. Eu tenho certeza que sim.
Volto, de novo, para outra palavra que me lembro de Chico Pedrosa quando ele fala no velho que achou bonita a palavra “inadimplente”, e passou a usá-la começando no gabinete do gerente do banco que precisou de um empréstimo:
- O senhor fique sabendo que está falando com um véio inadimprente!
Manoel Filó é também “inadimprente”.
Sabem por que?
É que todo o conteúdo do que ele é e faz, certamente não caberá dentro de um livro só não.
Ai eu acho que ele vai continuar sempre nos devendo, vai se tornar “inadimprente” com a gente.
Mas isso é outra história e É MELHOR A GENTE NÃO BULIR NISSO NÃO.

Zelito Nunes, Setembro de 2003.

domingo, 5 de outubro de 2008

Vates e Violas

Movimento dos amigos dos Vates antes do show de lançamento do CD "Quem não viaja, fica!"!, dia 10 de abril de 2008.


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sábado, 4 de outubro de 2008

A revolução dos pebas


Será no próximo dia 22 de outubro, no Teatro da UFPE. O aguardado CD de estréia da banda Fim de Feira, vem com tudo. “a revolução dos pebas”, traz a marca autoral da banda e a participação de vários amigos. Tem direção musical de Herbert Lucena e uma belíssima apresentação gráfica [chaps – quarta dimensão]. Quanto ao som, já está rolando por ai,OUÇAM!!! Mais informações 81 88510177 ou 81 99082208, com Bruno ou Marcello.

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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mestres da poesia



























RUÍNAS DE BELMONTE

Em terras dos Inhamuns
- crescido às margens de um rio -
há um casarão, só paredes,
limpo de vozes, vazio.


(Como nas naves dos templos)
- há sepultados barões
por trás da gorda caliça
que lhe recama os oitões.


Ao Leste, anseios de vôo,
a dominar claro monte;
ao Sul, longínquas Campinas
que tornam de água o horizonte.


Banha o vale o Jaguaribe
a correr chuvas de inverno,
mas se o sol lhe come as águas
seu leito se torna inferno.


de areias limpas e quentes
como são sempre as areias
dos ribeirões do Ceará
se a seca lhes bebe as cheias.


Poeta César Leal


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Mais uma peleja virtual no Interpoética!

Convocado pelos poetas Cida Pedrosa e Sennor Ramos, do site Interpoética, iniciei mais uma corda virtual, que faz parte das homenagens ao poeta César Leal. Com o mote “Quero César Leal me abençoando / pra tornar imortal minha geração”. Fiz a primeira estrofe e o caminho da peleja está aberto a participação de todos. Veja os versos já postados e envie os seus. Clique na imagem abaixo e fique a vontade.



Minha contribuição;

Quem desvenda as veredas da poesia
E a poetas imberbes abre espaço
Sem temer falatório ou embaraço
Sabe o peso que tem a sua cria
É Leal no caminho que inicia
Dando margem e voz à criação
De quem cedo, já diz com o coração
Tudo quanto o sentido vai criando
Quero César Leal me abençoando
Pra tornar imortal minha geração.

Jorge Filó


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Um poeta chamado Vinícius!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Louro, Ésio e Interpoética!!!

Na coluna Folhas Soltas do poeta e pesquisador Ésio Rafael, publicada no site Interpoética, trás um breve tratado sobre a personalidade do Rei dos Trocadilhos, o Mestre Louro do Pajeú. Não é de hoje que Ésio vive e convive com a poesia e os poetas do repente, tendo cátedra de sobra para o trato do assunto. Clique aqui e tenha uma ótima leitura!



Job Patriota, Ésio Rafael e Lourival Batista


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Mestres da poesia



Dúvida

Nasci, para que vim, é que não sei
Enfim, também não sei para que vim
Se vim para voltar, porque fiquei?
Neste intervalo de incerteza assim.

Não foi do pó fecundado que brotei
Não sei quem tal missão, impôs a mim
O acaso não foi, já estudei
Desta incumbência eu desconheço o fim.

Sou a metamorfose das moneras
Desagregadas através das eras
Reunidas hoje nesta luta infinda.

Sou a passagem irreal da forma
Submetido aos desígnios da norma
Do meu principio eu não sei nada ainda.

Bio de Crisanto


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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Meu voto pra vereadora!


Quarenta, zero, quarenta
É a legenda ideal
Mulher de luta, guerreira
Combatente sem igual
Nesta o povo já aposta
E volta Edna Costa
Num retorno triunfal.

Jorge Filó


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sábado, 27 de setembro de 2008

Do livro "As curvas do meu caminho"

Assim como existe alguem
Que quando perde alguem, chora
Também tem alguem que age
Quando um amor vai embora
Na mesma simplicidade
Que um pingo d'agua se tora.


Manoel Filó


Foto Marina


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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Um poeminha recente.



O pinote da rã!

Valei-me Nossa Senhora
Que a rã deu um pinote
Voou por cima do pote
Valei-me Deus e agora
A mulher de Zé de Cora
Com o fuxiqueiro ligado
Quando viu caiu pro lado
Ficou batendo no chão
E foi grande a confusão
No Sítio Gato Pintado.

Pedro caiu desmaiado
Causando constrangimento
Que quem viu o passamento
Disse logo – esse é veado
Zeca num canto encostado
Ficou que nem se mexia
Foi tão grande a gritaria
Que a região inteira
Só falava na carreira
Da nora de dona Bia.

Cabra véi, pois esse dia
Ficou marcado na história
No gravador da memória
Por tamanha histeria
Zé cego perdeu o guia
Nêgo engasgou com farinha
Cagaram na camarinha
Que a rã mesmo sem asa
Voou pra dentro da brasa
Do fogão lá da cozinha.

Poeta jorge Filó



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Um recado da Unicordel



Amantes da poesia,

No próximo dia 01 de outubro (quarta-feira), a partir das 17h30min, a União dos Cordelistas de Pernambuco-UNICORDEL realizará seu primeiro recital na sede da UBE/PE-União Brasileira de Escritores, localizada na Rua de Santana, nº 202 - Casa Forte. Na oportunidade, os cordelistas e seus convidados declamarão poemas da própria autoria e de mestres da poesia popular, como Jessier Quirino, Daudeth Bandeira e Chico Pedrosa, bem como colocarão à venda livros, folhetos de cordel e cds. O encontro contará com a participação dos poetas Altair Leal, José Evangelista, Felipe Júnior, Michael John, Susana Morais, Mariane Bígio, José Honório, Paulo Moura, Davi Teixeira, Marcos Passos, João Campos, Daniela Almeida, dentre outros.

Entrada gratuita. Não percam!

Informações:
UBE-PE: 81-3441-7488 (Rogério Generoso)
UNICORDEL: 81-94045389 (Daniela Almeida) - 81-3441-1326 / 9910-3445 (José Honório)

Foto da reunião que tornou a Unicordel pessoa jurídica



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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Botando o livro no Mercado!

Será neste sábado próximo, dia 27, no Mercado da Madalena. O poeta Greg Marinho, realiza um festivo lançamento de seu primogênito poético-literário “Um toque de poesia”. Se repetir a festa que foi na Embaixada do Pajeú, o cancão vai piar! Então é isso, dia 27 de setembro, a partir do meio-dia, no Box Sertanejo, que fica no Mercado de Mada [Recife], vai ter o que já é de costume, festa para poesia!!!


Capa do livro, por Tonfil.


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segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Família Filó em destaque!

Poeta repentista Zéca Filó


A poeta e escritora Micheliny Verunschk, assina uma matéria para revista Online Continuum, do Itau Cultural, sobre a família Filó. O ponto central vislumbra famílias que se dedicam a arte como sendo algo genético. Parte do meu avó paterno José Filomeno de Vasconcelos, José Filó, como ficou conhecido, e segue pelo meu tio Zéca Filó, grande repentista falecido aos 25 anos, na década de 50, meu pai Manoel Filó, até chegar aos mais novos poetas da família. Vale conferir!

Clique aqui e saiba um pouco mais desta família de poetas da qual me orgulho de ser membro.




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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Mestres da poesia

Poeta Dedé Monteiro e eu na Rádio Folha


UM SONETO À LUA CHEIA

Oh! Lua cheia eu desejava tanto
Que o doce encanto que o teu ser nos traz
Fosse um remédio para nosso pranto
E o transformasse num lual de paz.

Como eu queria que teu rosto santo
Paixão etérea de tantos mortais
Poetizasse tanto o nosso canto
Que a dor do pranto não doesse mais.

E mais ainda - lua encantadora
Como eu queria que esta noite loura
Permanecesse indefinidamente.

Mas já que sonho é coisa duvidosa
Que pelo menos tua luz mimosa
Enluarasse o coração da gente.

Dedé Monteiro



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Vates e Violas em show acústico


É neste domingo no auditório da Livraria Cultura, Paço Alfândega, as 17h [cinco da tarde]. O show terá como base o mais recente CD “Quem não viaja, fica!”, além de outras cantigas. A banda é capitaneada pelos irmãos Miguel Marcondes [violas] e Luis Homero [zabumba de barro], e conta com um time de primeira com; Passarim [violão], Afonso [baixo], Nido [acordeom], Cisso [bateria] e os percussionistas Tony Boy e André Pernambuco.
NÃO PERCA!!!

Serviço

O que? Show Vates e Violas
Onde? Livraria Cultura [Recife Antigo]
Quando? Dia 21 [próximo domingo]
Que horas? 17h
De grátis!!!


Capa novo CD




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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Um toque de poesia

Este é o livro de estréia do cantador e poeta Greg Marinho [foto]. Neste livro Greg mostra um pouco de sua verve poética e abre espaço para os amigos e aparentados da poesia, onde cada um manda “Um toque de poesia” para “confeitar” seu livro, como diria Dimas Bibiu, outro vate do Pajeú. Greg traz a tona, novamente, mais uma vês, aquela história de que todo mundo que nasce nesta região especifica do nosso estado, é poeta. É de uma linhagem de grandes mestres do repente, bisneto do 1º Faraó do repente Antônio Marinho, Neto do Rei dos trocadilhos Louro do Pajeú, e filho da poeta e cantora Bia Marinho e do poeta e cantador Lamartine Passos. Sua poética é madura e consistente, enraizada em seu chão e cosmopolita ao mesmo tempo. Além das formas usuais dos poetas repentistas como a sextilha, a décima, o galope, o poeta também passeia pelas formas mais eruditas, por assim dizer, como sonetos, trovas, quadras, e por ai vai. O lançamento, aqui no Recife, acontece neste sábado, dia 13, na Embaixada do Pajeú, a partir das 15h, com a participação de poetas declamadores, cantadores e uma penca de amigos. Informações 81 32696866. Eu vou tá lá!!!



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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

E A PELEJA CONTINUA


Desde que lançamos a INTERPOÉTICA em outubro de 2006, a Corda Virtual tem sido um espaço interativo. Nesta seção, desafios têm acontecido. São lançados na rede e abertos a participação de todos, desde que compreendam as regras da poesia popular.

No dia 31 de agosto Mestre Salustiano se encantou. Mês dos ventos, mês de montar morada no céu. Nada mais justo para homenageá-lo do que jogarmos na internet um desafio a partir de um martelo agalopado do poeta e cineasta Wilson Freire.

Convocamos a todos os poetas, cordelistas e cantadores para saudarem Salu, com o mote “No terreiro da paz salu descansa / Silencia a rabeca genial”.

Para participar seguindo o mote envie os versos em décima de dez sílabas métricas, ou, se preferir, siga a peleja em outras modalidades: quadra, sextilha, septilha, oitava, quadrão, décima, galope à beira-mar, martelo alagoano, carretilha, gemedeira, mourão etc.

SALU MERECE!

Envie para: editores@interpoetica.com

ou clique aqui.


Eu já me atrevi!


O Cavalo Marinho silencia
O Ambrósio, o Mateus, o Bastião
A rabeca saiu da entonação
A cultura do povo, perde o guia
Toda Zona da Mata em nostalgia
Dá adeus a seu mestre colossal
Sua imagem agora é imortal
Para sempre guardada na lembrança
NO TERREIRO DA PAZ SALU DESCANSA
SILENCIA A RABECA GENIAL.


Foi o Mestre maior da nossa arte
Respeitado em todos os recantos
Pelo mundo artistas vertem prantos
Pois seu nome soou em toda parte
Dos brincantes foi grande baluarte
Com seu estro singelo, madrigal
O seu gênio, de forma magistral
Perpassou pela vida numa dança
NO TERREIRO DA PAZ SALU DESCANSA
SILENCIA A RABECA GENIAL.


Jorge Filó



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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Tudo ao mesmo tempo agora!

Nesta quinta, dia 04 de setembro, o poeta cantador e forrozeiro, Reinivaldo Pinheiro [na foto], faz show no Teatro do Parque, com uma penca de convidados ilustres. A cantoria tem início à partir das 19h e o Crente, como também é conhecido, começa a receber Anchieta Dalí, Bia Marinho, Miguel Marcondes e Luis Homero [Vates e Violas], Chico Pedrosa, Maciel Melo e mais outro tanto, de tantos outros poetas.



Dia 07 de setembro, próximo domingo, tem a 10ª edição do Sarau da Independência, que começa a partir das 11h [do dia], sem ter hora pra parar. Poesia, vídeo, dança, mamulengo e mais uma tuia de gente boa. De toda qualidade de gente boa! O som fica por conta das bandas Vates e Violas, Fim de Feira, Zé Povinho, o cantador Tales Ribeiro, e por ai vai! O folguedo rola no Mercado da Boa Vista [foto], no centro do Recife. “Ou você prefere o desfile militar”

Já no dia 11, tem lançamento do novo CD do poeta e cantador Anchieta Dalí, a partir das 20h, no Teatro do Parque. O poeta Dali “vem reafirmar sua força de cantador e apresentar para o seu público, composições da novíssima safra e algumas poucas releituras”, como define o próprio, seu CD “Canturis da Cor do Chão” [foto]. Dalí aproveita a festa, que terá a participação de alguns parceiros, para gravar seu segundo DVD. Não percam!

Ainda este mês, dia 21, tem Vates e Violas na Livraria Cultura, Recife Antigo, as 17h. A banda, faz relançamento do CD “Quem não viaja, fica!” [foto], que vem recebendo grande aprovação de seu público. O som dos Vates é único, singular. Mesclando ritmos e gêneros, numa perfeita interação, com a poética dos menestréis sertanejos, a banda mostra o resultado de 10 anos de trabalho, com a formação atual. Então, estamos combinados, dias 04, 07, 11 e 21, a gente se encontra!



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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Lirinha! Ator e escritor!!!



Hoje e amanhã [dias 02 e 03, set, 2008], no Teatro Santa Isabel, Recife-PE, José Paes de Lira [na foto], apresenta seu espetáculo solo, MERCADORIAS E FUTURO, a partir das 20:30h. Lirinha é da banda Cordel do Fogo Encantado, e volta ao teatro – ainda em Arcoverde, na adolescência, Lirinha fez teatro no SESC –, com texto seu e direção dele e da atriz Leandra Leal. Mercadorias e Futuro não é só uma peça de teatro, é também o livro de estréia do poeta na literatura. A peça vem lotando os teatros por onde passa e recebendo críticas e elogios, de leigos e especialistas, não passando, em nenhuma hipótese, despercebida a olhos atentos no meio cultural. VALE CONFERIR!!!

Serviço

O que?
Teatro - MERCADORIAS E FUTURO
José Paes de Lira [Lirinha]
Onde? Teatro Santa Isabel
Quando? Dias 02 e 03 de setembro de 2008
Que horas? 20:30h
Quanto? 10 e 20 reais.



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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Salve, salve, Mestre Salu!


Pela grandeza da arte
Seu ofício, sua vida
Vai viver eternamente
Pela força concebida
Sua história se confunde
Com festa, samba e batida.




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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Ande com ednA



Edna Costa
O povo conhece bem
Se o povo gosta
Edna Costa
O meu voto é seu também!



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terça-feira, 26 de agosto de 2008

Mestres da poesia

Lourival Batista Patriota, um gênio que se percebia logo de cara, e não falo apenas de sua verve poética, falo do gênio no seu dia-a-dia, no trato com as pessoas, a família, os amigos, os loucos, os humildes, as crianças. Um gênio anarquista, sem falso moralismo, sem preconceitos, dono de uma sensibilidade impar. Como poeta, bom, deixo que tirem suas próprias conclusões.


Baralho tem quatro ases
Quatro duques, quatro três
Quatro quatros, quatro cincos
Quatro oitos, quatro seis
Quatro noves, quatro setes
Quatro dez, quatro valetes
Quatro damas, quatro reis.

Este é, sem duvida, um dos maiores improvisos do mestre Louro do Pajeú, o Rei dos Trocadilhos. Colocar, dentro das mais rígidas regras da métrica, na velocidade do improviso, todas as cartas de um baralho, é algo inimaginável para simples mortais.

O “V” faz vitoriosos
Valores, vates e vultos
Versando versos ocultos
Nos vendavais valorosos
Entre a viola e o vate
Trava-se eterno combate
Que ficará nos arquivos
A terra o imortalizando
Vates, violas, voando
Velozes voltando vivos.

Esta estrofe foi improvisada sobre tema dos irmãos Miguel Marcondes e Luis Homero, da banda Vates e Violas. Em meio a efervescência de um festival de musica em São José do Egito, Louro, ao ouvir os Vates defendo sua musica, lhes presenteia com esta perola.

Veja mais de Louro do Pajeú clicando aqui!



Obs. Foto Paulo Carvalho
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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Notícias do Interpoética!



Convite para uma ciranda poética
em torno de uma gravura de Samico

por Marco Polo Guimarães



Durante uma palestra sobre alguns artistas visuais que usaram as gravuras de Gilvan Samico como mote para seus trabalhos, me dei conta de que nunca uma xilo sua tinha sido aproveitada num cordel. Resolvi inverter a questão propondo um cordel que ilustrasse uma de suas obras. Escolhi a xilogravura O Diálogo e fiz, para abrir a corrente, três estrofes.

A idéia é que participem poetas populares ou de formação erudita, dando uma interpretação à imagem. Pode ser uma história, pode ser um comentário. Pode ser elogioso, crítico ou neutro. Pode fazer referência aos versos anteriores e lhes dar seqüência, ou não. Pode repetir o refrão ou mudá-lo. Pode escolher a forma, contanto que seja uma das normalmente usadas nos folhetos: quadra, sextilha, septilha, oitava, quadrão, décima, galope à beira-mar, martelo, redondilha ou carretilha.

Convido, pois, os poetas de Pernambuco, do Nordeste e do Brasil a participarem desta ciranda poética, ao ritmo da música nas imagens de Samico.

Envie sua contribuição clicando aqui.

Esta foi minha contribuição para peleja, mas tem muito mais poetas na roda.


Eu vim aqui poetar
Sobre esta bela figura
Que é a xilogravura
Deste artista sem par
Quero lhe homenagear
Pois seu ofício é sagrado
Um artista renomado
Gilvan não é brincadeira
Que na gravura em madeira
Esse Samico é um danado.

Marco Pólo já versou
Bráulio e Cida Pedrosa
Eu vou entrar nesta prosa
Pois poeta também sou
Acho até que demorou
Mas o meu tempo é chegado
Quero me ver enquadrado
Neste time de primeira
Que na gravura em madeira
Esse Samico é um danado.

Tem um ente que não sei
Se está na água ou no céu
E vem estendendo um véu
Foi logo o que avistei
Eu também observei
Um casal apaixonado
Um pavão pra cada lado
Numa simetria inteira
Que na gravura em madeira
Esse Samico é um danado.


Jorge Filó


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sábado, 23 de agosto de 2008

Um recado de Bráulio Tavares

Prezado Jorge:
Eu estou divulgando meu livro "Contando histórias em versos -- Poesia e romanceiro popular no Brasil".
A editora está procurando pessoas ligadas à poesia popular e também gente ligada ao ensino (professores, etc.), para divulgar esse livro. É um estudo simples e acessível da poesia (métrica, rima, oração, etc.) com enfoque no Romanceiro Nordestino.
Me envie seu endereço, e o de algumas outras pessoas interessadas no assunto. A editora remeterá os livros o mais breve possível.
Um abraço BT




Contando Histórias em Versos: Poesia e Romanceiro Popular no Brasil
BRAULIO TAVARES


O que existe em comum entre a cantiga de roda e o rap, a poesia erudita e de cordel, uma canção de MPB e um poema de Homero? Todos eles utilizam elementos básicos da língua - como o ritmo, as rimas, o jogo das imagens e das idéias - para construir suas composições.
Neste livro Bráulio Tavares expõe de maneira clara e bem humorada, os principais recursos expressivos da linguagem poética, ao mesmo tempo que introduz os leitores no vasto repertório de rimas, ritmos, estrofes, etc...

Entre em conta com o poeta. btavares13@terra.com.br


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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Do livro "As curvas do meu caminho"

Erasmo e Manoel Filó


Hasteei a bandeira da saudade
No momento da minha despedida
Pois a coisa pior que tem na vida
É deixar o que é bom sem ter vontade
Isso foi quando em plena mocidade
No vagão do destino viajei
Quinze anos depois eu retornei
Pra rever meu Boi Velho berço amado
Visitando o lugar que fui criado
Tive tanta saudade que chorei.


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Boi Velho era a antiga denominação da cidade de Ouro Velho, Cariri paraibano.

O grande poetamigo Erasmo de Mimosa, como era conhecido, era um caboclo nascido no Cariri paraibano. Ninguém que eu conheça expressava com tanta veemência, sua paixão pelo repente, pela poesia dos cantadores. Erasmo costumava explodir em gritos e aplausos, em meio as cantorias, como se estivesse sufocado com a genialidade dos poetas. Boêmio e grande glosador, o “Nêgo Erarmo” tinha a verve poética impregnada da saudade do seu chão, por ter vivido a maior parte de sua vida longe do seu “Boi Velho berço amado”. A estrofe acima retrata bem esse sentimento.
A benção mestre Erasmo.



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