quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Atrás da revolução!!!

Credo em cruz, Ave Maria
Vem crescendo em proporção
Se alastrando pelo mundo
Feito pebas no sertão
E é justo deles que falo
- Pebas em revolução!

“A revolução dos pebas”
Invade todo recanto
Forma a dança, traz o riso
Mas faz também verter pranto
Toca a música do mundo
Sem esquecer do seu canto.

Salve! Salve! Essa guerrilha
Que a arma é a cantoria
Xote, merengue, balada
Pausa para a poesia
Palmas para o Fim de Feira
Mais um veio de magia.


Encontro do Fim de Feira com os Vates no Box Sertanejo


Serviço

O que? Fim de Feira
Onde? Mercado da Madalena - Box Sertanejo
Quando? sábado - dia 01.11.08
Que hora? a partir do meio-dia
Lançamento do CD "A revolução doa pebas"
VAI TER CANTORIA!!!


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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Do livro "As curvas do meu caminho"

JOSÉ FILOMENO DE MENEZES
ZECA FILÓ – (IRMÃO DO AUTOR)

Poeta repentista, faleceu em 1951 aos 25 anos de idade. Devido a sua existência bastante efêmera, só foi possível recuperar este material, graças à privilegiada memória do poeta, seu amigo e companheiro de andanças – José Nunes Filho ( Zé de Cazuza). O mesmo material foi cedido para F. Coutinho – poeta paraibano, que o fez publicar em sua obra intitulada: “Violas e Repentes”


A morte é devoradora
Que a todos nós amedronta
A vida é quem faz a dívida
A morte é quem paga a conta
A vida é quem bate o prego
A morte é quem vira a ponta.

O dia do julgamento
É o dia do juízo
Os maus terão seu castigo,
E os bons o paraíso
Nesse dia é que se sabe
Quem tem lucro ou prejuízo.


Tem vezes que eu digo ui!
Tem horas que eu digo ai!
Dias que a saúde vem,
Tempos que a saúde vai,
Mas, ou em vida ou na morte
O meu mal ainda sai.


É triste uma despedida
Quando se tem amizade
Eu sou um que me despeço,
Porém, não é por vontade
Em cada aperto de mão
Sinto carinho e saudade.


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Ésio Rafael no site Interpoética!


Mais um testo do poeta Ésio Rafael [na foto de Paulo Carvalho] para o site Interpoética. Desta vês o Mestre da Artes da Paraíba Zé de Cazuza foi o escolhido. Dono de uma personalidade impar e marcante, Zé de Cazuza é um dos mais respeitados poetas de todas as gerações, conviveu com a maioria dos grande mestres do repente, como Louro do Pajeú, Pinto do Monteiro, passando por gente da novíssima geração. Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, foi, e é, um de seus pupilos e admiradores. Clique na imagem abaixo e saiba mais deste genial poeta.






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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Lançamento!!!

O poeta, recitador e boêmio inveterado Valmir Jordão, lança mais um petardo de poesias curtas e claras. Hai Kaindo na Real e outros poemas, traz a verve irônica e crítica deste poeta “marginal”. Valmir faz parte de um time de poetas urbanos que fazem uso da palavra poetizada para escarnecer suas, e de toda cidade, angustias e desconfortos com as mazelas sociais que nos afligem. Sua poesia contestadora, nos impõe o exercício da reflexão e da indignação. Sem meias palavras.

Serviço

O que? Lançamento livro “Hai Kaindo na Real” Valmir Jordão.
Quando? Dia 30 de outubro 2008.
Onde? Auditório SINTTEL [próximo a Católica Recife]
Que hora? 19h
NÃO DEIXE DE IR!!!


Fique peixe que a era é de aquário!


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Mestres da poesia



Em 1923, Natal conheceu Fabião das Queimadas
Por Rostand Medeiros



Em 13 de dezembro de 1923, o jornalista e advogado Manoel Dantas, com o pseudônimo de “Braz Contente”, publicou no jornal “A Republica”, uma nota intitulada “Coisas da Terra”, onde noticiou que “estava sendo organizada uma grande quermesse, que ocorreria na noite de natal e teria lugar nos jardins do Palácio do Governo. Esta era uma iniciativa de senhoras da sociedade local, que buscavam ajudar o Instituto de Proteção e Assistência a Infância a construir o Hospital das Crianças”.

O edifício estava sendo construído na avenida Deodoro, idéia do médico Manoel Varela Santiago Sobrinho para atender às camadas mais carentes da população. Por esta época, eram altíssimos os índices de mortalidade infantil na capital, devido às precárias condições de higiene e do atendimento à saúde pública. Estes problemas incomodaram uma parte da sociedade local, que se disponibilizou a ajudar.

À frente desta iniciativa se destacou a figura da poetisa Palmyra Wanderley, que em 1923 era uma das mais conceituadas intelectuais da terra, possuía uma cultura elevada, vinha de uma família de intelectuais, sendo assídua colaboradora em jornais e revistas, tanto potiguares como de outros estados.

Junto com a liderança de Palmyra, mais de 50 mulheres se engajaram nesta obra. Não deixa de ser interessante que, em meio a uma cidade onde predominava a família patriarcal e o machismo, se observa esta participação feminina. Foi publicada uma lista com os nomes destas participantes, onde se percebe que a grande maioria destas mulheres faziam parte da elite natalense. Um grupo delas chegou inclusive a sair pela Natal de 25.000 habitantes, para vender as entradas da quermesse, pelo preço módico de 2$000 réis.

Como atração principal, Palmyra decidiu não colocar algum artista declamando poesias clássicas, ou algum instrumentista tocando alguma peça européia, ou ainda artistas vindo de outras capitais. Sua decisão foi por um artista potiguar, já com uma certa idade, um poeta que declamava seus versos junto com uma rabeca, além de tudo negro e ex-escravo. Estamos falando de “Fabião das Queimadas”.

Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha nasceu escravo, em 1850, na Fazenda Queimadas, do coronel José Ferreira da Rocha, no atual município de Lagoa de Velhos (RN). Começou a cantar durante os trabalhos na roça. Tornou-se tocador de rabeca, tendo adquirido seu instrumento aos 15 anos, com o apoio do dono, que permitia e incentivava que ele cantasse nas casas dos mais abastados da região e nas feiras. Conseguiu angariar algum dinheiro que, aos 28 anos, possibilitou comprar a sua alforria. Era analfabeto, mas criava versos, como o "Romance do boi da mão de pau", com 48 estrofes. Suas composições apresentam traços dos romances herdados da idade média.

Leia o testo completo, Clique aqui!


Meu Viver é temperado
De sofrer e de alegria
Sou escravo no roçado
Mas sou rei na cantoria.

Fabião das Queimadas



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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Uma festa malassombrada!



A revolução dos pebas
Já está se aproximando
E pra não perder a farra
Vá seu ingresso comprando
Custa apenas cinco conto
Pois já está tudo pronto
Que o dia vem chegando.

Adquira o passaporte
Pra está revolução
Lá no Box Sertanejo
Ou na Passa Disco então
Só não deixe de comprar
Ou de fora vai ficar
Dando lambida em sabão.

Serviço

Lançamento do CD “A revolução dos pebas” Fim de Feira
Onde? Teatro da UFPE
Quando? Dia 22 de outubro de 2008
Que horas? 20h
Quanto? R$ 5,00 [cinco reais]
Locais de venda
Box Sertanejo [Mercado da Madalena – 34468596]
Passa Disco [Shopping Sitio da Trindade – 32680888]

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

E a peleja continua!

A Corda Virtual, seção do site Interpoética, em homenagem ao poeta César Leal, que iniciei, ainda está gerando. O mote sugerido é o da figura ai embaixo. Clique na imagem e participe da peleja!




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IMPERDÍVEL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Do livro "As curvas do meu caminho"

Neste dia 13 de outubro, o poeta Manoel Filomeno de Menezes [13.10.1930] estaria completando 78 anos. Manoel Filó, como ficou conhecido onde passou, faleceu em 2005, no dia 21 de agosto, e sempre será lembrado por sua personalidade única de poeta fidalgo. Do seu livro “As curvas do meu caminho” publico o texto do poeta Zelito Nunes, amigo e admirador do véi meu pai.



É MELHOR A GENTE NÃO BULIR NISSO NÃO.

“Vivemos num mundo cheio de miséria e ignorância. O dever de cada um de nós é tentar tornar o pequeno canto em que vive em algo um pouco menos miserável e menos atrasado do que antes da sua chegada”.

Aldous Huxley


Em 78, eu e mais dois irmãos meus, tínhamos uma graficazinha na Conde da Boa Vista. Era pequena e não tinha nem guilhotina, mas era uma gráfica e em torno dela, ou dentro dela, um sonho meu: publicar os poetas e cantadores da minha terra.
Procurei Manoel Filó, mostrei o meu interesse. Ele se esquivou: “Depois a gente vê isso”. O tempo passou, e em 83 eu, já na Imprensa Universitária da UFRPE, voltei a procurá-lo e ouvi nova desculpa. passei a olhá-lo atravessado e ele meio desconfiado pro meu lado como se me devesse alguma coisa. Hoje, vinte anos depois, eu um pouco mais maduro, entendi que estava apressando o rio.
Bendita e louvada seja a vontade do poeta Manoel que veio pedir-me um texto.
“Para um livrinho que estamos fazendo” confidenciou-me.
Hoje, aos 30 de setembro de 2003, me acordo cedo na fazenda Boa Vista e saio andando em direção a Prata, de pés, como sempre faço quando estou lá.
A fazenda Boa Vista foi o lugar onde nasceram o meu pai, em 1901, e o poeta Zé de Cazuza, em 1929.
Gosto de olhar aquelas serras azuis ao longe e perceber a curiosidade do povo que passa por mim vendo a minha solidão, como se perguntasse: “Pra onde vai este doido?”, e eu, respondo pra mim mesmo: “Vou dar vazão à minha veia de doidinho de estrada”, coisa que gostaria de ter sido se não fosse hoje apenas um doido comum.
E aí, me lembro de Manoel Filó.
- Vocês sabem o que os doidos de estrada botam dentro daqueles sacos enormes que conduzem nas costas?
Ninguém sabe; só Manoel Filó sabe, pois eles estão na sua poesia.
Depois, ainda na minha caminhada solitária, dou de cara com um anum preto sentado num galho de jurema. Olho pra ele, penso na sua feiúra – um preto velho com cara de preguiçoso e um bico grande que parece pesar mais do que seu corpo todo. Ele também me olha, e nada me diz.
Vou em frente e lá na frente, por curiosidade, me volto para o lugar onde o deixei, ele já não está mais lá, agora vem voando em direção a mim, com seu vôo desengonçado. Só aí é que percebo o grande lance: “Mas ele voa, cara!”.
Sobrevoando a minha triste figura ele me olha pela ultima vez, como se dissesse: “Não faço cocô na tua cabeça porque não quero!”, e vai-se embora...
E o que é que isso tem a ver com Manoel Filó? Pra mim tem tudo. Manoel sabe do bico, da cor e da feiúra do anum. Sabe que ele tem um canto bonito e faz trancinhas na crina dos animais enquanto procura insetos.
Manoel sabe da chuva, do sol, da madrugada e da noite. Para ele, “às vezes, ela é até uma dama triste, vestida de preto”.
Manoel sabe da “pólvora” das formigas.
Manoel sabe tudo.
Eu, depois de publicar um livrinho safado, procuro agora uma palavra bonita para dirigi-la a Manoel Filó. Tenho dificuldade, e descubro o porquê: eu gastei todas que sabia no livrinho que fiz.
Mas, remexendo na memória, consigo lá no fundo uma que parece bem diferente: Holos, holismo (acho que vem do grego). Manoel Filó é também holista. Eu tenho certeza que sim.
Volto, de novo, para outra palavra que me lembro de Chico Pedrosa quando ele fala no velho que achou bonita a palavra “inadimplente”, e passou a usá-la começando no gabinete do gerente do banco que precisou de um empréstimo:
- O senhor fique sabendo que está falando com um véio inadimprente!
Manoel Filó é também “inadimprente”.
Sabem por que?
É que todo o conteúdo do que ele é e faz, certamente não caberá dentro de um livro só não.
Ai eu acho que ele vai continuar sempre nos devendo, vai se tornar “inadimprente” com a gente.
Mas isso é outra história e É MELHOR A GENTE NÃO BULIR NISSO NÃO.

Zelito Nunes, Setembro de 2003.

domingo, 5 de outubro de 2008

Vates e Violas

Movimento dos amigos dos Vates antes do show de lançamento do CD "Quem não viaja, fica!"!, dia 10 de abril de 2008.


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sábado, 4 de outubro de 2008

A revolução dos pebas


Será no próximo dia 22 de outubro, no Teatro da UFPE. O aguardado CD de estréia da banda Fim de Feira, vem com tudo. “a revolução dos pebas”, traz a marca autoral da banda e a participação de vários amigos. Tem direção musical de Herbert Lucena e uma belíssima apresentação gráfica [chaps – quarta dimensão]. Quanto ao som, já está rolando por ai,OUÇAM!!! Mais informações 81 88510177 ou 81 99082208, com Bruno ou Marcello.

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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mestres da poesia



























RUÍNAS DE BELMONTE

Em terras dos Inhamuns
- crescido às margens de um rio -
há um casarão, só paredes,
limpo de vozes, vazio.


(Como nas naves dos templos)
- há sepultados barões
por trás da gorda caliça
que lhe recama os oitões.


Ao Leste, anseios de vôo,
a dominar claro monte;
ao Sul, longínquas Campinas
que tornam de água o horizonte.


Banha o vale o Jaguaribe
a correr chuvas de inverno,
mas se o sol lhe come as águas
seu leito se torna inferno.


de areias limpas e quentes
como são sempre as areias
dos ribeirões do Ceará
se a seca lhes bebe as cheias.


Poeta César Leal


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Mais uma peleja virtual no Interpoética!

Convocado pelos poetas Cida Pedrosa e Sennor Ramos, do site Interpoética, iniciei mais uma corda virtual, que faz parte das homenagens ao poeta César Leal. Com o mote “Quero César Leal me abençoando / pra tornar imortal minha geração”. Fiz a primeira estrofe e o caminho da peleja está aberto a participação de todos. Veja os versos já postados e envie os seus. Clique na imagem abaixo e fique a vontade.



Minha contribuição;

Quem desvenda as veredas da poesia
E a poetas imberbes abre espaço
Sem temer falatório ou embaraço
Sabe o peso que tem a sua cria
É Leal no caminho que inicia
Dando margem e voz à criação
De quem cedo, já diz com o coração
Tudo quanto o sentido vai criando
Quero César Leal me abençoando
Pra tornar imortal minha geração.

Jorge Filó


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Um poeta chamado Vinícius!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Louro, Ésio e Interpoética!!!

Na coluna Folhas Soltas do poeta e pesquisador Ésio Rafael, publicada no site Interpoética, trás um breve tratado sobre a personalidade do Rei dos Trocadilhos, o Mestre Louro do Pajeú. Não é de hoje que Ésio vive e convive com a poesia e os poetas do repente, tendo cátedra de sobra para o trato do assunto. Clique aqui e tenha uma ótima leitura!



Job Patriota, Ésio Rafael e Lourival Batista


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Mestres da poesia



Dúvida

Nasci, para que vim, é que não sei
Enfim, também não sei para que vim
Se vim para voltar, porque fiquei?
Neste intervalo de incerteza assim.

Não foi do pó fecundado que brotei
Não sei quem tal missão, impôs a mim
O acaso não foi, já estudei
Desta incumbência eu desconheço o fim.

Sou a metamorfose das moneras
Desagregadas através das eras
Reunidas hoje nesta luta infinda.

Sou a passagem irreal da forma
Submetido aos desígnios da norma
Do meu principio eu não sei nada ainda.

Bio de Crisanto


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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Meu voto pra vereadora!


Quarenta, zero, quarenta
É a legenda ideal
Mulher de luta, guerreira
Combatente sem igual
Nesta o povo já aposta
E volta Edna Costa
Num retorno triunfal.

Jorge Filó


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