sábado, 30 de janeiro de 2010

Mestres da poesia!

Poeta Orlando Tejo




NÃO AGUENTO MAIS.

Eu saí da Paraíba,
Minha terra tão brejeira,
Pra fazer publicidade
Na Veneza Brasileira
Onde a comunicação
É toda em língua estrangeira.

É uma ingrizia só
O jeito de se falar,
O que a gente não compreende,
Passa o tempo a perguntar
E assim como é que eu vou
Poder me comunicar?

É bastante abrir-se a boca
O “inglês” fala no centro,
Nessa Torre de Babel
Eu morro e não me concentro…
Até parece que estamos
De Nova Iorque pra dentro!

Lá naquele fim de mundo
Esse negócio tem vez
Porque quem vive por lá
O jeito é falar inglês,
Mas, se estamos no Brasil
O jeito é falar Português!

Por que complicar a guerra
Em vez de se esclarecer?
E se “folder” é um folheto
Por que assim não dizer?…
Pois quem me pedir um “folder”
Eu vou mandar se folder.

Roteiro é “story board”
Nesse vai e vem estrangeiro,
Parece até palavrão
Que se evita o tempo inteiro...
Porque seus filhos das putas,
A gente não diz roteiro?

Estão todos precisando
Dos cuidados do Pinel
Será feia a nossa língua?
É chato nosso papel?
Por que esse tal de “out door”
Substituir painel?

É desrespeito à memória
De Camões que foi purista
E esse massacre ao vernáculo
Não aguenta o repentista
Pois chamam “lay out-man”
O homem que é desenhista!

Matuto da Paraíba,
Aqui juro que não fico,
Onde até se tem vergonha
De um idioma tão rico...
Por que se chamar de “free-lancer”
Um sujeito que faz bico?

Publicidade de rádio
Apelidaram de “spot”
E tem outras besteiradas
Que não cabem num pacote.
Acho que acabou o tempo
De acabar esse fricote!

Por exemplo: “body type”
“Midia”, ”top”, “merchandising”,
“Checking list”, “past up”
(Que se diga de passagem)
“Briffing”, “Top de Marketing”,
Tudo isso é viadagem!

Já é hora de parar
com esse festival grosso
Para que o nosso idioma
Saia do fundo do poço.
Para isso eu faço esse “raff”,
Isto é –perdão ! – esboço!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Pra quem gosta de cordel!


Incrivelmente incrívi!!! A pouco tempo foi lançado, oficialmente em Recife, mas para acesso no mundo todo, o maior e mais bem elaborado acervo de Literatura de Cordel, disponível, de forma gratuita, para a grande rede.

Trata-se do acervo particular da pesquisadora Maria Alice Amorim, que conta com mais de sete mil títulos, todos digitalizados e a disposição dos internaltas do mundo todo. Um verdadeiro celeiro, abarrotado de grandes nomes e títulos, dos mais renomados cordéis e cordelistas do Brasil, alem de vários anônimos.


Com uma apresentação primorosa e de fácil navegação, o site é de valor inestimável para; pesquisadores, estudantes, amantes da arte do cordel, cordelistas e toda gama de curiosos.


Parabéns a Maria Alice e sua equipe, ao governo do estado, pelo apoio através do Funcultura e todos os grandes mestres cordelistas.


Eu indico, e com louvores, uma visita ao site.


Clique no link abaixo!


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um documento da gôta!!!





Sem duvida, um dos melhores documentários que vi ultimamente. Uma abordagem poética e lírica do Baião e de seu Dr. Humberto Teixeira. Um apanhado geral, com o depoimento de grandes nomes da nossa música; cantores, compositores, pesquisadores e críticos.
Vale demais conferir. O filme está sendo exibido no Cinema da Fundação, no Derby. Em breve será a vez do Cinema São Luis, centro do Recife.



O lançamento do Mestre.





Na última sexta passada [dia 22] foi realizada a festa de relançamento da obra poética “Poetas Encantadores” do Mestre das Artes da Paraíba, José Nunes Filho, ou simplesmente Zé de Cazuza. Foi uma festa digna de um verdadeiro mestre, a começar pelo espaço dedicado ao evento nos jornais de maior circulação do estado [JC e DP], aos quais agradeço o apoio e a atenção.

O espaço onde ocorreu a tertúlia, nossa “Cachaçaria Matulão”, no Mercado da Boa Vista, ficou pequeno para quantidade de admiradores do Mestre Zé. Foi uma verdadeira avalanche de poetas, declamadores, apologistas e do público em geral, para prestigiar o Mestre das Artes.

Em meio às apresentações de Vates e Violas [banda formada pelos filhos do Mestre], Marcone Melo, Maciel Correia, João Badalo, Grupo Encanto e Poesia [este dos netos do mestre Louro do Pajeú] e tantos outros, o Mestre deu seu show aparte, com sua verve e seu desprendimento perante o microfone.

Declamou, cantou e encantou, com versos de sua lavra e dos grandes mestres do repente, os quais, viu e ouviu cantar, desde sua infância, nas terras do sítio São Francisco, na Prata PB. O gênio Zé de Cazuza, hoje com seus 80 anos, completos no último dia 13 de Dezembro passado [2009], é um orador nato, um declamador inimitável, dos mais belos poemas, dos mais celebres poetas, do cancioneiro sertanejo e universal.

Faço aqui meu agradecimento a todos que contribuíram para o sucesso do evento; Luiz Berto [JBF], Saulo Gomes e Roberta Clarissa [Programas Momento Cultural e Voz do Sertão, Rádio Folha FM 96.7], aos jornalistas Rossini Barreira, Marcelo Pereira, José Teles e André Dib, a Felizardo Moura, Patrícia Lima, Esio Siqueira, Marcos Passos e a todos e todas, que direta ou indiretamente ajudaram na realização desta grande festa.

Um abraço em todos e até a próxima.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Meus parabéns!!!





Meu mestre Paulo Carvalho
Foi grande minha alegria
Abraçar vossa pessoa
Quando aniversaria
E que sua vida seja
Uma trova sertaneja
Repleta de poesia.

Da-lhe Rogério Menezes!!!

A Câmara que economizou R$ 1 milhão
Publicado em 16.01.2010

Após desgaste na imagem com escândalos nos anos anteriores, a Câmara de Caruaru impôs uma política de austeridade em 2009 e já teve lucro

Pedro Romero

promero@jc.com.br

CARUARU – A principal discussão das últimas sessões da Câmara de Vereadores desta cidade do Agreste, antes do recesso, foi de como a prefeitura pode utilizar cerca de R$ 1 milhão que foi economizado pelo Legislativo em 2009. Bem diferente dos últimos anos, quando os vereadores caruaruenses tentavam explicar escândalos e denúncias de improbidade administrativa.

Parte dessa mudança se deve ao trabalho do vereador, poeta e repentista Rogério Meneses (PT), que como presidente da Casa, desde o início de 2009, vem se destacando pela moralidade, pelos debates e pela valorização da participação popular. O primeiro vereador eleito pelo PT em Caruaru assumiu a presidência da Câmara depois de o Legislativo ter passado pelos piores momento de sua história.

Em novembro de 2007, o então presidente da Câmara, Manoel Teixeira (PSDC) – Neguinho Teixeira – e mais dois vereadores brasileiros – um de Matosinhos (MG) e outro de São Francisco do Sul (SC) – ganharam notoriedade ao serem flagrado pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, em uma viagem a Buenos Aires, capital da Argentina. Segundo a reportagem da TV, com o pretexto de participar de um congresso, o trio fez um passeio turístico com dinheiro público. O caso rendeu um processo na Comissão de Ética da Câmara.

Manoel Teixeira – que depois assumiu a prefeitura, com a renúncia do então prefeito Tony Gel (DEM) para disputar mandato de vereador – escapou da cassação, mas se viu obrigado a devolver a quantia usada na viagem. Outro vereador de Caruaru, Louro do Juá (DEM), foi acusado de se apropriar da ambulância de uma associação de moradores. Ele também não recebeu nenhuma punição, mas não foi reeleito em 2008.

Uma das primeiras medidas tomadas por Rogério Meneses para tentar mudar a imagem da Câmara foi acabar com a polêmica verba indenizatória, que sempre deixava margem para o uso indevido do dinheiro púbico. Ele também implantou o Portal da Transparência, onde estão disponibilizados os gastos do Legislativo.

A austeridade com o uso do dinheiro público passou por medidas como a implantação do Sistema de Controle Interno, o controle de material de escritório, de xerox e a realização de relatórios de viagens dos motoristas. O esforço resultou em uma economia de quase R$ 1 milhão durante o ano de 2009. “Economizar e ter zelo pelo dinheiro público é obrigação dos gestores. Esse dinheiro volta para a prefeitura e vai se transformar em obras para a população”, disse Rogério Meneses.

Ele destaca que a economia aconteceu sem prejuízo para a modernização da Câmara e cita como exemplos a aquisição de um automóvel, 20 computadores, cinco impressoras e outros equipamentos.

O primeiro ano do petista na presidência também foi marcado pela realização de inúmeros debates e sete audiências públicas sobre temas importantes para a cidade. A inovação esteve presente ainda em eventos como o aniversário da Câmara e do município, marcados pela participação de artistas e valorização da cultura popular. As iniciativas levaram de volta o povo ao Legislativo municipal. “A Casa passou a ser mais democrática. Acho que a imagem da Câmara já é outra”, afirma Rogério Meneses.



quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Hierarquia tem que ser respeitada!

Estas são as marcas mais vendidas na nossa Cachaçaria Matulão. Temos ainda uma variedade que deve chegar a marca dos 40 rótulos. Venha nos visitar e provar as mais sublimes cachaças do Brasil.

Segue abaixo, texto extraído do JBF [Jornal da Besta Fubana]. mesmo que você não se enquadre em nenhuma das nomeações, venha ser um degustador da mais brasileira das bebidas!




Hierarquia dos Bebuns
( Autoria desconhecida)



Um dos maiores erros cometidos pelos leigos em assuntos etílicos é posicionar inadequadamente o cidadão alcoolizado na hierarquia bebunística. Por desconhecerem que há critérios técnicos regulamentados pelo Incopo, costumam chamar, às vezes, um simples biriteiro de pau-d’água ou um pinguço de pé-de-cana. Quanta ignorância! Bebum, pinguço e biriteiro são apenas “estágios” ou “posições hierárquicas” alcançadas de forma meritória com muito denodo e competência. Tomar um porre todo mundo toma, porém, ter status etílico, é outra coisa. De “bêbado” a “papudinho”



1 - Bêbado - É a patente mais insignificante da escala, mesmo porque não chega a ser um profissional. A coisa aí é definida pelo verbo de ligação; normalmente o sujeito está bêbado, não é bêbado. É como os ministros. Eles não são ministros, estão ministros, o que também não impede que o ministro seja ou esteja bêbado. É o pé-de-chinelo da escala.O bêbado, não o ministro, é claro!


2 - Biriteiro - É o cara que, depois de alguns porres, acaba se interessando pela carreira e começa a praticar a bebunagem com regularidade. Como o fígado ainda está tinindo e a família achando que aquilo é só uma “fase passageira”, ele vai metendo os cornos devagarinho. Toma três hoje, duas amanhã, pára no domingo, recomeça na terça, vomita na quinta, toma boldo na sexta, e vai indo… Como ainda não tem certo domínio sobre o álcool, acaba fazendo merda.E depois da primeira, é uma atrás da outra, para alegria dos cunhados canalhas.


3 - Bebum - É uma patente acima do biriteiro. Mais constante e mais previsível, quanto às cagadas que costuma aprontar, o bebum é aquele cara que vive pagando mico, para a vergonha da esposa e felicidade da sogra. Pode ser “sistemático”. Faz merda todo dia, ou “assistemático” não faz mais merda; já tem o suficiente em estoque.


4 - Pinguço - O que faz com que um bebum seja elevado à categoria de pinguço é o horário em que passa a adentrar no recinto cachacístico. O bebum é um notívago por excelência, quer dizer, só costuma molhar o chifre à noite, enquanto o pinguço é um “tardívago”; começa na hora que seria do almoço. Seria, mas não é. Almoço, para pinguço, é perda de tempo. Só pode ter sido invenção de crente.


5 - Pau-d’água - É o pinguço que já perdeu o respeito da vizinhança. Embora seja uma patente alcoólica de grande carisma, a expressão “pau-d’água” é usada por muitos abstêmios como adjetivo pejorativo.E isso é sacanagem.Se o pau-d’água fosse da família deles seria “vítima do alcoolismo”, agora, como não é… É o mesmo preconceito que muita gente tem contra a viadagem; se é da nossa família é “homossexual”,mas se for da família do vizinho é “viado”,”bichona sem-vergonha”.


6 - Pé-de-cana - É o pau-d’água pobre. O cara rico, de porre, é extravagante; o pobre, é impertinente.Se é rico fica eufórico; se é pobre faz vergonha.Rico fica alegre; pobre enche o saco. Rico agita a madrugada; pobre enche os culhões. Não tem como escapar! Só enchendo os cornos para esquecer este preconceito…


7 - Papudinho - É a maior patente da escala, o último e derradeiro degrau. É quando a cara incha de vez, os olhos empapuçam, o passo fica curto, os pés engordam, as mãos vacilam, a voz se arrasta e até o anjo da guarda dá no pé. Geralmente é um solitário. Bebe sozinho, cai sozinho, mija nas calças sozinho, e fica babando no sereno até que uma alma caridosa, normalmente um outro papudinho - se ofereça para ajudar. Ocorre que, muitas vezes, o outro papudinho está ainda mais mamado e acaba caindo também. Aí, para levantar dois papudinhos são necessários outros dois papudinhos, e que quase sempre não aparecem já que estão caídos mais adiante. Daí então, só de revolta, resolvem forma mais uma dupla sertaneja só para torrar de vez com o saco dos brasileiros.




Além destas sete patentes, há algumas outras posições intermediárias como sub-bebuns,terceiros, segundos e primeiros pinguços, biriteiros de corveta, etc, mas que são estritamente corporativas e servem, tão-somente ,para efeito de promoção.


Figuras como o “Ébrio”, por sua vez, não são mais reconhecidas como patente. O ébrio, pra quem não sabe, é o bebum em desuso. Ainda há alguns poucos remanescentes no mercado mas que a família prende em casa para evitar que façam merda na rua. Os poucos que ainda existem funcionam à válvula, já perderam o contraste e têm sérios problemas com o vertical. E aí, vamos tomar quantas?

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

E haja poetas e poesia!!!

Clique na imagem


Roda de glosa virtual! Participem!!!

Ainda ta na roda [de glosa], o mote sugerido por Ésio Rafael na seção, Corda Virtual, do site Interpoética, de Cida Pedrosa e Sennor Ramos. O mote, e história que o cerca, podem ser conferidos na coluna de Ésio, Folhas Soltas, também no site de Cida e Sennor.

Clique nas imagens e deixe sua estrofe na roda de glosa
e leia o texto de Ésio!




segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Tá valendo demais!

Mais de 40 mil acessos! Pra mim é coisa que só pleura!

Fico feliz por estar
Dando a contribuição
Para fazer da cultura
Nossa bandeira de ação
Esse Blog é uma janela
Onde se enxerga por ela
Nossa valorização.

Obrigado a todos que passam por aqui!!!

Mestres da poesia!




ESTA QUE PASSA


(Improviso feito no Recife, em março de 1923)


Foi minha amante esta mulher que passa...
Sorveu-me em beijos todo meu ideal!
E comigo bebeu na mesma taça
O vinho do desejo sensual...


Muito tempo possuímos nós sem jaça,
A gema da ventura triunfal.
Mas um dia partiu ...E ei-la devassa,
Bracejando no pélago do mal...


Quando ela passa, eu vejo na tristeza
Do seu olhar de erótica beleza
Todo brilho da orgia e da desgraça...


E não posso ficar indiferente,
Só porque afinal infelizmente,
Foi minha amante esta mulher que passa...