sexta-feira, 31 de maio de 2013

Uma imagem, uma homenagem...


Sábado, primeiro de Junho 
Recebe justa homenagem
Manoel Filomeno de Menezes
Grande poeta do Pajeú
Dono de versos que até hoje
São recitados e cantados por seus admiradores
Nos bares, palcos, bodegas, calçadas, terraços...
Onde houver um poeta de respeito
Ele sempre será lembrado!
Nunca vi suas apresentações
Nunca escutei (de sua boca) qualquer de seus versos
Nunca o vi criar um mote
O que eu conheço dele?
A poesia da vida
Os mimos que recebia quando criança
Os sacos de pipocas
Picolé, confeito...
O amor incondicional por duas cores (rubro e negro)
Esse eu herdei no limite (também por meu pai)!
Lembro das viagens, estórias 
Sobre "ver Salles", "maca cheira, né mãe?!"
Só não podia comer no carro!
Lembro de quando apareci com brinco
Me entregaram antes que eu mostrasse
Intenção maliciosa
Certeza de uma bronca
Mas, ao ver, sua resposta:
- Ah, aí é onde homem coloca mesmo!
Pura poesia, puro improviso!
Isso era o que eu conhecia dele
Esse foi o homem com quem eu convivi!
Que aprendi a admirar, respeitar
E que queria que ainda estivesse aqui 
Me dando conselhos
Improvisando com a vida
Criando apelidos para os netos
Conhecendo suas bisnetas(duas até agora)...

Eu posso não ter conhecido "Manoel Filó"
Mas amei muito, vovô Manoel.

Marcelo Menezes
Neto do Poeta.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Simbora pra o Pajeú...


O Balaio Cultural é um evento que acontece sempre no primeiro sábado de cada mês e serve como alavanca para promoção e difusão da autêntica cultura do povo sertanejo, mais precisamente, do sertão do Pajeú. O repentista, o declamador, o cantador, o forrozeiro... todas as nossas manifestações se vêem privilegiadas nestes encontros de pura poesia.

Nesta próxima edição, dia 1º de Junho, os organizadores do Balaio acertaram de homenagear o poeta Manoel Filó, um filho de Tuparetama, embora por adoção já que o mestre nasceu no município de Afogados da Ingazeira, cidade vizinha, também no Pajeú, o que honra a todos nós, familiares e amigos do poeta.

A família estará representada por muitos dos seus: esposa, filhos, netos, irmãos, sobrinhos e a grande nação de amigos que ele nos deixou como legado de sua altivez. Será um encontro de comemoração à poesia, de exaltação ao poema e a todos os grandes mestres desta arte... Todos serão bem vindos!


Passos na poesia...

POETA SUBLIME, SUTIS SENTIMENTOS,
QUE VIVE A SAUDADE DOS TEMPOS DE OUTRORA
NO LIVRO DA VIDA, FELIZ, REMEMORA
SEUS CANTOS, SEUS DIAS, SEUS BELOS MOMENTOS
NÃO TEME OS FANTASMAS DOS NEGROS TORMENTOS
QUE AS LUZES DAS RIMAS IRÃO REBRILHAR
É FILHA DA ARTE QUE FAZ ENCANTAR
É CÁRMEN-POEMA E É BEATRIZ,
QUE FAZ COM SEUS VERSOS A GENTE FELIZ
NOS PASSOS GIGANTES DO SEU VERSEJAR .


terça-feira, 7 de maio de 2013

Lançamento coletivo...


Esta quinta-feira próxima, dia 09 de maio, será de grandes lançamentos na Passa Disco, ponto de encontro, valorização e divulgação da nossa mais genuína musicalidade, além de expor tudo que há de melhor na música do Brasil e do mundo. É claro que com um apurado esmero na escolha do seu catálogo.

E é assim, com esse cuidado com a nossa arte, que neste dia teremos o lançamento coletivo de grandes nomes da nossa rica cultura. Teremos o mais novo CD "Sou Brasil" de Thais Nogueira, jovem promessa que vem se consolidando entre tantas feras já consagradas do nosso forró.

Daí o CD dos poetas Leninho de Bodocó e José Maria Marques, com seu "O Violeiro e o Poeta" trabalho que une a poesia de Zé Maria com as canções de Leninho. A cantadeira veterana e de voz açucarada Sevy Nascimento, chega com seu novo rebento e confeita mais ainda esta noitada, que ainda trás o poeta e compositor Jurandy da Feira, com seu CD em homenagem a Seu Lua, que chegou a gravar algumas de suas composições.

Pra fechar com um arremate poético, teremos o Mestre José Costa Leite, um dos mais respeitados e renomados cordelista e xilogravurista, em todo Brasil, e no oco do mundo também, lançando seu livro autobiográfico em cordel ilustrado. O livro tem a Editora Coqueiro a frente de sua edição e conta um pouco da trajetória deste grande poeta de cordel. É um mundo de arte e de artistas pra se ver de perto.

Nesta quinta, todo mundo lá!!!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Já com saudades...


Trindade encerra a Jornada

Trindade amanhece o dia
Com o Baú Encantado
Encantando todo mundo
Num espetáculo animado
Logo a tarde se declina
Sarapopéia é Petrolina
Com um teatro afinado.

A noite encerra a Jornada
Com rodada de poesia
São vários declamadores
Para enaltecer o dia
Que a Jornada se despede
Mas sabendo o quanto mede
O que essa empreitada cria.

Baladeira declamou
Com Miró e Laecio Lima
Ícaro Holanda mostrou
Que há poesia sem rima
Chico Pedrosa decanta
Luna brilha, Bela encanta
E a platéia se anima.

Encerra Flávio Leandro
Com forró de qualidade
A Jornada Literária
Parte deixando saudade
E fazer parte da equipe
Da Chapada do Araripe
Me fez feliz de verdade.

Valeu José Manoel
Um xêro Cida Pedrosa
Sennor Ramos obrigado
Carminha és a poderosa
A todos muito obrigado
Volto vivo e vigorado
Desta comunhão honrosa.

Valeu a todos!


Grande Cantoria



Segunda edição do livro "De Repente Cantoria", de Geraldo Amâncio e Vanderley Pereira, será relançada na ocasião..

Publicado originalmente em 1994, o livro "De Repente Cantoria - Uma coletânea de versos e repentes dos maiores cantadores do Brasil", assinado pelo cantador Geraldo Amâncio e o jornalista Vanderley Pereira, automaticamente virou leitura obrigatória aos interessados no assunto. São 480 páginas preenchidas com o resultado de mais de 10 anos de pesquisa sobre a história do gênero no País e recolhendo informações e obras de seus principais representantes.

Editado pela primeira vez pela LCR, o livro estava fora de catálogo há alguns anos. A reedição sai pela editora Premius. O conteúdo coletado na pesquisa foi processado e dividido na obra em 17 capítulos temáticos, que, através das características afins entre os diversos autores, resgatam a trajetória e produção dos artistas populares.

Fazem parte da coletânea cantadores do século XIX, de localidades como a Serra do Teixeira, na Paraíba, considerados os precursores da cantoria no País, até nomes de destaque do século XX como Cego Aderaldo.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Belo, belo, belo...



Uma Jornada enriquecedora

Nas trilhas da Chapada do Araripe, região que abrange os estados de Pernambuco, Piauí e Ceará, numa geografia incrivelmente singular e bela, estive por dez dias acompanhado e acompanhando escritores, poetas, prosadores, contadores de histórias e de causos... por seis cidades da região, em solo pernambucano.

Era a II Jornada Literária Chapada do Araripe, uma realização do SESC-PE, com a primorosa execução de José Manoel Sobrinho, diretor de cultura do SESC Pernambuco, com curadoria da poeta e escritora Cida Pedrosa e do pesquisador Sennor Ramos, ficando a logística a cargo de Carminha Lins. Competências a toda prova.

Esta segunda edição da Jornada do Araripe foi dedicada ao poeta, escritor, livreiro, pesquisador e mais uma ruma de coisas ligadas às artes da escrita, Pedro Américo de Farias. Cidadão de Ouricuri, uma das cidades agraciadas por onde passou o cortejo de escritores convidados. Tudo muito bem arrumado.

O rosário começou a ser desfiado por Bodocó, terra natal de Cida Pedrosa, Lourival Holanda, José Maria Marques e Cícero Belmar. Todos presentes à Jornada, num retorno às origens, agora como escritores renomados, retribuindo com conhecimento e sabedoria, o que colheram em suas infâncias neste pedaço de chão sertanejo.

Seguimos depois para Granito e Exu, passando ainda por Timorante, distrito que pertence a Exu, onde tivemos grande recepção. Aportamos em seguida em Ouricuri, terra do homenageado de todo o evento, Pedro Américo de Farias, que se revelou um grande declamador e des-aboiador, como ele mesmo se coloca, nos presenteando com uma ladainha de seus poemas.

Daí, a Jornada toma o rumo de Araripina, cidade pólo da região, que se transformou, assim como todas as localidades pelas quais passamos, num imenso tabuleiro de encontros de escritores, recitais, conversas, oficinas, apresentações musicais, teatrais... Tudo muito bem orquestrado pelos organizadores deste maravilhoso evento.

Citar nomes incorrerá, sem dúvida alguma, em cometer injustiças, pela grande quantidade de escritores que por lá estiveram. Mas é imprescindível registrar a presença marcante dos escritores Raimundo Carrero, Marcelino Freire, Ronaldo Correia de Brito, Sidney Rocha, Xico Sá, Samarone Lima, Alexandre Furtado, Luce Pereira, Raimundo de Morais, José Mauro de Alencar... além dos Bodocoenses já citados, e muitos outros.

Na Jornada houve de tudo um muito. Teatro, música, oficinas [HQ, cordel, escrita, leitura...], encontro de escritores nas escolas, leitura de textos, recitais, roda de glosas, ladainhas poéticas... Uma verdadeira revolução literária que envolvia a todos, da criança ao idoso, estudantes, professores, trabalhadores rurais, e a gente simples e carente de cultura e arte, comum a todas as regiões mais distantes dos grandes centros urbanos.

Fazer parte de tudo isso é transformador, é algo que enriquece e abre novos horizontes para convivência com o outro, com as coisas mais simples e cotidianas. Meu muito obrigado a todos, José Manoel, Cida Pedrosa, Sennor Ramos, Carminha Lins... Pela oportunidade de ter feito parte de algo tão grandioso e belo.

A Chapada do Araripe agora mora em mim.