domingo, 29 de junho de 2008

Novos poetas novos!

O poeta Vinícius Gregório [na foto], é mais um da safra de novos poetas de São José do Egito, onde mais de uma dúzia de jovens poetas já se mobilizam em recitais autorais pela cidade. São, na grande maioria, jovens que variam de 12 a 26 anos, vivendo seu tempo, antenados com a globalização, com os avanços tecnológicos, mas sem perder a identidade com seu chão, suas raízes. São, na maioria, glosadores, que improvisam sextilhas, décimas, com ou sem mote, e assim perpetuam a arte de seus ancestrais. Vinícius é estudante em Recife, ambiente onde jovens sedentos por conhecimento, se adaptam logo de cara. Mas o apego a sua terra, quando esta é o sertão, se traduz na forma de poesia, como meio de aplacar a saudade das coisas simples e telúricas de seu rincão. Sua gente, seus costumes, seus cheiros e cores, tudo vira mote. Este soneto do poeta Vinícius Gregório, é um quadro perfeito disso.

Eu e o Galo-de-Campina.

Triste sina de um Galo-de-Campina
Que era alegre bem antes da prisão,
Mas foi preso nas grades do alçapão
E hoje chora no canto a triste sina.

Eu também tive a sina repentina,
Pois um dia fui livre e hoje não.
Na tristeza, esse Galo é meu irmão:
Minha sina da dele é copia fina.

Hoje a casa do Galo é a gaiola.
Notas tristes no canto é que ele sola.
A saudade do Galo - a vastidão.

O meu canto é um canto de lamento.
A gaiola é o meu apartamento.
E a saudade que eu sinto é do sertão.

Vinícius Gregório

*O poeta estará lançando seu primeiro livro no próximo dia 11 de Julho, em São Jose do Egito. Em breve teremos relançamento em Recife e outras cidades.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Mestres da poesia

Pinto e Furiba

Pegando o mote do poeta Pedro Américo, vou falar de “Um par que é ímpar” na cantoria de viola, Pinto do Monteiro e João Furiba. Pinto, a cascavel do repente, Furiba, o gênio matreiro. Os dois foram parceiros de cantorias durante algumas décadas. Acho que nenhum dos dois cantou com mais ninguém, mais do que cantaram um com o outro. São várias as histórias e estórias a respeito desta grande dupla.

Contam que certo dia, Furiba chega em Sertânia-PE, onde morava Pinto, já tarde da noite e sem opção de repouso na cidade. Nestes tempos os dois repentistas estavam afastados por incompatibilidade de gênios, mas Furiba, que sempre foi descarado, foi a procura do “amigo”. Chegou devagar na casa de Pinto e olhando por uma fresta da porta, viu Pinto sentado em frente a uma mesa onde tinham, uma vela acesa e um livro aberto. Pinto, lendo concentrado, sequer percebeu alguém a porta. Furiba então se anuncia.

- Pinto!!!

Reconhecendo a voz, Pinto responde soprando a vela e ficando em total silêncio. Dai pra frente foi inútil Furiba chamar o poeta.

De outra feita, cantavam juntos, em uma das milhares de vezes que isso aconteceu. Pinto, que nunca perdia pra ninguém, comete um deslize, o qual Furiba não perdoa.

Pinto finda uma sextilha dizendo;

...Vou acender minha luz
pra seguir o meu roteiro.

Furiba pega na deixa e castiga;

Olhem Pinto do Monteiro
Caindo nos pés da cruz
Eu sou um analfabeto
Mas agradeço a Jesus
Pois digo muita besteira
Mas não digo acender luz.

Depois dessa, me disse Furiba, pra ele o assunto da cantoria foi esse.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Temas vaticinianos!!!

Banda Vates e Violas, no Nordeste, no Brasil e no mundo!!! Depois de tocar na cidade da Prata-PB [dia 14/06], cidade natal dos Vates, e em São João do Tigre-PB [dia 24/06], cidade também do Cariri paraibano, para grandes públicos, num reconhecimento pulsante de seu chão, os Vates ainda embarcam na Cont. Multc. Deste mês de Junho, com duas citações. Em breve, muito mais!


Revisa Continente Multicultural. Uma revista pernambucana de antenas ligadas para os quatro cantos! Uma revista de elite, sem pejoração, que une vários ramos do conhecimento, peculiares as artes.


“O que está acontecendo em Pernambuco” é o título desta coletânea lançada, recentemente na Europa e EUA, produção de David Byrne, com curadoria local de Paulo André [APR], entrevistado deste mês na revista.

Meninos violeiros

Não sei bem do que se trata, se os cabôco tão improvisando ou cantando decorado, de um jeito ou de outro esses cabras dão lustre arretado no orgulho da gente.

domingo, 22 de junho de 2008

Quadras!

Belas quadras de grandes mestres

Uns trazem flores, outros velas
Eu, não trouxe velas e nem trouxe flores
Trouxe apenas meu filho, minhas dores
E assim mesmo irei voltar com elas.

Quando Papai Noel vinha
Olhou pra minha janela
Quando notou qu’era a minha
Virou as costas pra ela.

Zé Moura

A saudade é sempre nova
Pra quem toda madrugada
Irriga as plantas da cova
Onde a mãe foi sepultada.

A meretriz faz aborto
Nos lençóis sujos da cama
Pra ver o homem que ama
Na feição do filho morto.

Num terreno acidentado
Deus passa devagarinho
Amaciando o cajado
Nas curvas do meu caminho.

Manoel Filó


A mulher me apareceu
Apaixonei-me por ela
Fui limpar o nome dela
Terminei sujando o meu.

Zé de cazuza


Como a luz pela vidraça
Entra e sai sem tocar nela
A santa Virgem da Graça
Deu a luz ficou donzela.

Manoel Xudú


Uma quadra fescenina

Com Deus não me deito
E nem me levanto
Mas com a Virgem Maria
Seria uma noite entanto.

Mario Prata


Uma quadra escatológica

O finado Zé Cagão
Cagou tão duro e ta grosso
Que morreu da impressão
De ter cagado o pescoço.

Autor desconhecido

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Vinícius Gregório e seu livro

Eis aqui o produto de seis anos
Dedicado a paixão pela cultura...
Eis um sonho que pus nessa moldura
pra fazer sempre parte dos meus planos.
Alegrias, tristezas, desenganos...
Sentimentos dessa minh'alma iquieta,
Nesse livro ganham vida concreta,
Quem for ler do meu livro, qualquer dia,
Não vai ver só um livro de poesia,
Mas vai ver o coração de um poeta!
Vinícius Gregório


O lançamento em São José do Egito será no dia 11 de Julho, Na rua da Baixa (em praça pública, próximo ao Trailer de Geórge), às 21:00 horas e terá a participação de vários poetas populares e músicos regionais.
Em breve, lançamento em Recife no Box Sertanejo no Mercado da Madalena.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Mestres da poesia

Aprendi com Jó, com quem tive uma longa convivência, a apreciar poesia nas suas diversas formas de se apresentar, sem aquela caretice de que poesia só é o que tem rima, métrica, e é advinda dos poetas do repente. Jó era um poeta de todos os tempos. O poema abaixo eu não sei nem o titulo, nem o autor, Mas Jó o imortalizou em minha memória nos recitais que fazíamos nas noites pajeuzeiras, entre goles e versos.

Doutor, estou doente
Doente da boca
Doente dos olhos
Dos nervos até
Doutor, estou doente
Não sinto um prazer
Eu quero um punhado
De estrela madura
E sentir a doçura
Do verbo viver!

Grande mestre Jó Patriota. Suas quadras são quadros de rara beleza.

A dor de mim se aproxima
Eu pra não perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma.

O mar que no bojo guarda
Todos os mistérios seus
Inda é um grão me mostarda
Diante os olhos de Deus.


“Jó Patriota de Lima
Cujo nome é meio mote
Viveu do verso e da rima
Que foi o seu grande dote”

Jorge Filó

Foto arquivo Urbano Lima

sábado, 14 de junho de 2008

Uma sextilha atravessada

Gonçalves Dias atrás
Amolou o Machado de Assis
Dizendo – Eu lhe Castro Alves
Não coma essa Impera[mere]triz
Leopoldina gritou
Se finda em Ardo é Feliz. [FelizArdo]

Jorge Filó

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Este lançamento eu não perco!!!

Do livro "As curvas do meu caminho"

Foto: arquivo Zelito Nunes


Os versos a seguir, que também constam no livro do meu pai, um Rubro-negro de carteirinha, foram feitos em homenagem ao título conquistado pelo Sport em 1987. Se fosse vivo, estaria com seus 78 anos, com certeza, numa emoção sem tamanho. Mais uma vez, Parabéns Pernambuco! Parabéns Sport! Parabéns Manoel Filó!


Homenagem ao Sport


Mote
Com a força da luta organizada
Nosso Sport sagrou-se campeão

Numa chuva de fogo e de confete
Entre brancos sorrisos que não param
Nossos craques felizes desfilaram
Com a Taça Brasil de oitenta e Sete
Felizmente a imagem da manchete
Nos levou norte a sul com perfeição
Pois não era em qualquer televisão
Que esta cena devia ser filmada
Com a força da luta organizada
Nosso Sport sagrou-se campeão.

Dia sete do mês de fevereiro
Reuniu-se a família leonina
Foi à Ilha levando uma buzina
Um chocalho, um triângulo e um pandeiro
Foi também contratado um fogueteiro
Comandando o sistema de explosão
Parecia uma noite de São João
Quando é fortemente festejada
Com a força da luta organizada
Nosso sport sagrou-se campeão.

Respeitemos Lacerda, o Presidente
Que deu tudo de si por nossa história
Não lhe foi mais surpresa esta vitória
Pelo seu desempenho heroicamente
Rebentou a muralha e foi a frente
Sem temer desaforo nem pressão
Mas em troca das crises de emoção
Eis aí a batalha conquistada
Com a força da luta organizada
Nosso Sport sagrou-se campeão.

Inda teve depois que conversar
Com um cara que quis aparecer
Defendendo o Flamengo sem saber
Gaguejando assustado sem parar
Quem defende uma causa irregular
Se atrapalha na falta da razão
Se quiser ver a Taça no Mengão
Venha ver se consegue ela emprestada
Com a força da luta organizada
Nosso Sport sagrou-se campeão.

Lembro Paulo Isidoro um exemplar
Jogador da equipe campineira
Mas deu tanta testada na barreira
Que perdeu a esperança de passar
Sem ter mais condição para lutar
Tropeçou nele mesmo e foi ao chão
Enganchou-se na juba do Leão
Por milagre escapou duma dentada
Com a força da luta organizada
Nosso Sport sagrou-se campeão.

Um texto de Ésio Rafael

INTELECTUAL/CORDEL


A maior parte das pessoas que se dedicam ao estudo dos folhetos de feira, tem conhecimento da avalanche de cordéis publicados aleatoriamente, sem a preocupação com os elementos básicos que compõem a feitura do mesmo. È simples e necessário ter em mente as noções básicas da rima, da métrica, do conteúdo, do número de páginas, como de resto, as histórias fantásticas, misteriosas das regiões nordestinas, que compõem a magia dos poetas de “bancada”. È comum nós nos depararmos com supostos cordéis escritos por pessoas fora de contexto em comemorações de aniversários, festas de casamentos, bodas prata etc.
Daí, a justa preocupação dos estudiosos de fato, com essas publicações que vem desvirtuar a autenticidade do material composto. A preocupação com a intervenção dos intelectuais nos folhetos de feira, não é de hoje. Em 1976, durante o “Ciclo de Estudos”, sobre a Literatura de Cordel, realizado em Fortaleza, no Ceará o Professor Raymonnd Cantel, da “Sorbonne”, uma das mais respeitadas autoridades no assunto, foi indagado sobre qual seria a definição mais compacta, que se poderia dar ao cordel. “Não tem outra coisa senão isto: - Poesia narrativa, popular impressa.” “De maneira que qualquer outra manifestação semelhante ao cordel, cujo conteúdo divirja deste trinômio, deve ser apreciada com reserva. Não é poesia de cordel autêntica”.
Em 1977, noutro Simpósio em São Paulo, a questão veio à tona. A publicação exagerada pelos intelectuais, ou placebo de poeta, como em alguns casos, preocupa os estudiosos. Os pesquisadores foram enfáticos: - falta aos intelectuais a característica popular. “Seriam apenas, meros pastiches”. Alegam ainda, que hoje, seria fácil identificar a autoria de vários folhetos, mas daqui a cinqüenta, cem anos?
O Professor Roberto Benjamim, das Universidades, Federal Rural e Católica de Pernambuco, autor de inúmeros trabalhos em torno do assunto, Presidente da Comissão Pernambucana de Folclore, ao participar da I Jornada de Literatura de Cordel, realizada em Campinas, São Paulo, no ano de 1982, publicou um trabalho brilhante, submetido ao título:- A INVASÃO DOS NÃO POPULARES NA LITERATURA DE CORDEL. O Pesquisador contestou em seu trabalho, a autenticidade dessa poesia, ao dissecar sua estrutura artificiosa:- “Ninguém é poeta porque diz que é, ou pretende ser”. “O poeta popular é uma expressão da região, do seu povo, com sua linguagem própria e sabedoria popular”. “O cordel é o seu veículo de trabalho no nordeste brasileiro”. Portanto, caro leitor, o assunto deve ser discutido, mas na grandeza, sem doença, quando possível, para o bem desses poetas populares, que geralmente têm ou tiveram uma vida sofrida. Então, como morreu Vitalino (acariciando o barro com suas próprias mãos), de Caruaru; de que modo vive Dilla,”o gênio da raça”; como morreu Firmino Teixeira do Amaral, piauiense que nasceu às margens do rio Parnaíba, um histórico e respeitado cordelista, dono de oficina de cordel, que foi tentar a vida em Belém do Pará, mas como não deu certo, voltou para ensaiar o seu cadáver em sua terra natal? Devemos acrescentar que a questão exposta, traduz uma preocupação dos especialistas participantes dos referidos Simpósios. A história irá configurar ou não, a preocupação desses estudiosos, no que concerne à intervenção dos não populares na literatura de cordel.

Ésio Rafael
Pesquisador de cultura popular
Poeta e Professor

ÉÉÉ P-E-R-N-A-M-B-U-C-O



Como sou simpatizante do N-A-U-T-I-C-O, meu grito é
PERNAMBUCO É CAMPEÃO!!!!!!!!!!!!!!
Com orgulho do Sport!!!

O Sport pernambucano
Time de grande altivez
Sempre lutou bravamente
Chegou então sua vez
Mostrando que paulistano
De Pernambuco é freguês.

Política e futebol
São calos do paulistano
Na política perderam
Lula é pernambucano
E o Sport lascou
O time corintiano.

Bufe quem quiser bufar
Que a Rubro-negra nação
Vai fazer a sua festa
Vibrando com o coração
Mesmo que esta não seja
Vista na televisão.

Jorge Filó
Alvi-rubro, orgulhoso do sport!
PERNAMBUCO É CAMPEÃO!!!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Agenda Vates e Violas.



Os Vates estarão este fim de semana, dias 14 e 15 de junho, dando um passeio pelo interior dos estados [PB e PE]. No sábado 14, vão estar em casa, literalmente. Neste sábado a festa será no São João da Prata-PB, terra natal de Miguel e Luis, filhos de Zé de Cazuza, que inda hoje mora no Sitio São Francisco, naquela cidade do Cariri paraibano. No domingo 15, é na terra da sulanca, Santa Cruz do Capibaribe-PE, cidade do agreste pernambucano. Quem puder estar lá, têja!

Serviço

Shows Vates e Violas

Dia 14, Prata-PB, 23h.
Dia 15, Santa Cruz do Capibaribe, 22h.

Dia 21, Recife, Sitio da Trindade, 20h.
Dia 23, Gravata, 22h.
Dia 24, São João do Tigre-PB, 22h.


http://myspace.com/vateseviolas
vateseviolas@ibest.com.br
81-99752645 / 81-33383117

Explicando o poema abaixo!






O poema abaixo é de um dos vários poetas que habitavam Fernando Pessoa, Álvaro de Campos. Faço uma homenagem ao poeta Zeto, por suas declamações irreparáveis deste poema. Quem viu e ouviu sabe perfeitamente do que estou falando.

Zeto! Zeto!! Zeto!!!

LISBON REVISITED
(1923)

Não: não quero nada.

Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

l Álvaro de Campos

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ron Mueck e sua arte incomparável!

Imagem, imagem, imagem... é assim que tem inicio o livro “Antes de Adão” do escritor Norte-americano Jack London. No livro, o leitor é obrigado a criar e enveredar pelo mundo proposto na leitura. Em “Antes de Adão” isso se faz de forma espetacular. Mas a imagem, ela propriamente dita, cria em nós um impacto desconcertante. Foi assim que fiquei quando vi as esculturas deste cabôco Australiano, Ron Mueck, o nome é fêi, mas o que ele faz é de engasgar. Clique aqui! e viaje nas imagens...



sábado, 7 de junho de 2008

Do livro "As curvas do meu caminho"

Os versos que aqui se seguem foram extraídos do livro de meu pai Manoel Filó “As curvas do meu caminho” que pode ser encontrado no Box Sertanejo, Mercado da Madalena, em Recife, ou diretamente comigo, que mando pra qualquer lugar. Me mande um imêi ou ligue 81-99752645, o livro custa R$ 20,00 [vinte conto], fora taxa de envio que varia de lugar pra lugar. E ai vão os versos.

Mais uma vez Heleno:

O inverno era constante
No final de cada dia.

Manoel Filó:

No sertão, quando chovia,
Se via na região
Lindos rosários de orvalho
Sob os galhos de algodão
E um pingo em cada folha
Das latadas de feijão.

Ainda Heleno:

Mesmo que a chuva atrapalhe
Cantaremos novamente.

Manoel Filó:

Quer tenha ou não tenha gente,
Deus querendo a gente canta.
Nós somos dois grilos verdes
Dentro do capim de planta
À espera do inverno
Que vem na Semana Santa.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Vozes Femininas

Mariane, Silvana, Cida e Susana

Quatro poetisas, ou poetas, pois, como diz a poeta Leila Míccolis, Em poetisa todo mundo pisa, quatro vozes femininas; Cida Pedrosa, Silvana Menezes, Susana Morais e Mariane Bígio. Alem da graça e da beleza destas moças, está a arte de declamar, encenar, interpretar poesias com a sutileza que só as mulheres tem. O grupo vem se apresentando pelo Recife e já arrebanha vários admiradores e fãs. Com um repertorio autoral e de grandes nomes da nossa poesia universal, a apresentação do grupo é um deleite para os ouvidos e para os olhos. Todas são poetas, fabricam seus próprios poemas nos mais variados formatos; sonetos, quadras, cordéis, versos soltos, nos mais variados temas. Quem tiver a oportunidade de vê-las, não hesite e será surpreendido com um belo espetáculo.

Hoje e amanhã, dias 06 e 07 de Junho, elas estarão na estação central do Recife, ao lado da Casa da Cultura. Vale a pena prestigiar estas belas Vozes Femininas.

Serviço

O que? Apresentação do grupo Vozes Femininas
Onde? Museu do Trem de Recife (Estação Central do Metrô)
Quando? 06 e 07 de Junho de 2008
Que horas? a partir das 17h
Quanto? GRÁTIS

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Fim de Feira! Música de qualidade!!!

Os Vates na Continente Multicultural


A banda Vates e Violas está na edição deste mês de junho da conceituada revista pernambucana, que tem distribuição nacional. A matéria foi escrita pelo jornalista Germano Rabelo, a partir de uma entrevista realizada com os irmãos Miguel e Luis, que lideram a banda a mais de dez anos, por conta do lançamento do novo CD “Quem não viaja, fica!”. Compre a revista ou visite o site [clique aqui] e saiba um pouco mais sobre os Vates e sua sonoridade única! Você pode, também, visita o MySpace da banda [clique aqui], lá tem musicas, agenda, release, imagens... entre e deixe seu recado!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Do livro "As curvas do meu caminho"


Em cantorias com o primo irmão Heleno Rafael, Heleno de Tia Mariquinha ou Caicai, como pai costumava chamar, sempre tiveram o tema das coisas do sertão como mote central de suas pelejas. Eis ai uma pequena mostra destes encontros poéticos, sempre com deixas de Heleno.

Conheço a acrobacia
Do noiteiro bacurau.

Manoel Filó

Admiro o Serra-pau
Num galho de aroeira
Sem sebo para o serrote
Trabalhar a vida inteira
Serrando só pelo vício
Sem precisar da madeira.

Outra vez Heleno

O homem fica sem jeito
Na ausência da caseira.

Manoel Filó

Quando falta a companheira
Na vida de um passarinho,
Ele busca um pau bem alto
Para construir seu ninho;
Devido ser menos triste
Para quem mora sozinho.

Mais uma vez Heleno:

Quando a lua já vai perto
De se esconder no poente.

Manoel Filó:

Bonito é vê-se uma enchente
Ao clarão da lua cheia
Se alargando no baixio
Trazendo bancos de areia
Salvando um campo de milho
Que a folha virou correia.

OBS. Na foto acima, estão minhas duas avós – as duas últimas da esquerda pra direita, sendo a primeira, Mãe Tête, mãe de pai, e a derradeira, Vó Mira, mãe de mãe – e a primeira das quatro, é Tia Mariquinha, mãe do poeta Heleno, todas irmãs.