segunda-feira, 30 de julho de 2007

Álbum de família


Essa foto é histórica e retrata um grande momento da família Filó - da parte de pai, claro - ai estamos eu e todos os meus cinco irmãos, por ordem de idade; Paula, Eliane, Léo, Tereza, ai vem eu, e Ciro que é o mais novo, além de minha mãe - esse que ela segura sou eu - e pai que foi quem bateu a foto. Essa foto foi tirada no povoado dos Grossos, em cima de uma pilha de tijolos da casa que meu avô, Cabocô Paulo - hoje com 101 anos - estava construindo lá. Os Grossos fica entre Tuparetama e São José do Egito na entrada para Ouro Velho, já na Paraiba, antes passando por Mundo Novo na divisa dos estados. Minha terra, minha gente! Ôh coisa boa!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

2ª Recitata Recife

A prefeitura do Recife abre inscrições para 2ª Recitata, concurso de poesia oral da cidade. As informações e o regulamento estão disponíveis no site INTERPOÉTICA.
Vamos todos participar. Clique aqui!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Chico Pedrosa

Acabei de ouvir no site INTERPOÉTICA o poeta Chico Pedrosa declamando o poema A briga na procissão. Como sou "inxirido que só carne assada" como brincava o poeta Jó Patriota, já botei pra tocar aqui! Pra quem não conhece Chico declamando, pode se deliciar com a beleza dos versos e da interpretação ímpar deste mago da poesia universal! Clique aqui!

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Cida Pedrosa no SESC Santo Amaro




Vermelho e Azul
O Projeto Poetas da Terra do SESC Santo Amaro, homenageia neste mês de julho a poetisa bodocoense Cida Pedrosa (na foto com os poetas Greg Marinho, Jr do Bode e eu). Os seus versos serão reinterpretados no recital poético “Vermelho e Azul”, com encenação de Neemias Dinarte.
O espetáculo acontece em duas sessões: 26 de julho às 20h, com entrada franca e com uma animada Roda de Poesia, que antecede o evento. E no dia 02 de agosto às 20h, com ingresso único no valor de R$ 3,00.
Em cena, a proposta é falar do amor, do desejo, da vida e da morte, sob a ótica feminina e apaixonada da poetisa. A poesia encenada acontecerá como algo fluido, capaz de se espalhar pela alma dos ouvintes e lhes preencher com as cores dos sentimentos: azul de serenidade e vermelho de desejo.
A encenação se baseia em três livros da autora: “O cavaleiro da Epifania” (1986), “Cântaro” (2000) e “Gume” (2005), que versam sobre as coisas simples e ao mesmo tempo arrebatadoras que a vida apresenta.

Neemias Dinarte

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Vates e Violas


Pra quem ainda não viu, ouviu e curtiu, vai ai o CD Tudo qué bom, presta! da banda VATES E VIOLAS.
Clique aqui e desfrute do prenuncio
do que ainda vem por ai.
Quem não viaja, fica! Próximo CD!



Contatos com a banda
E-mail vateseviolas@bol.com.br
Fones 81-99752645/81-33383117 Jorge Filó

Uma quadra de Manoel Filó


Parecendo ter ciúme
Chega apressado o orvalho
Fiscalizando o perfume
Na rosa virgem do galho.

Por Ésio Rafael



MANOEL FILÓ

O Brasil é uma rima, essa particularidade estampada nas mais remotas manifestações e nos traços culturais de cada cidadão que, de uma forma ou de outra, se sintoniza apesar da diversidade da nação tupiniquim. Na literatura, na música, no cinema, na poesia. Então vejamos: na literatura, Graciliano Ramos, alagoano de Quebrangulo, portanto, nordestino, e reputado como o maior romancista modernista do país. Na musica, por questões obvias, Luiz Gonzaga dispensa comentário. Glauber Rocha, baiano de Vitória da Conquista, ganhou o mundo como cineasta e diretor de cinema, cujo filme – Deus e o Diabo na Terra do Sol, deu-lhe ampla notoriedade. Um filme que tem como mote a Literatura de Cordel ou folheto de feira, mais precisamente. Na poesia, João Cabral de Melo Neto, pernambucano do Recife, escreveu – Morte e Vida Severina, cujo texto todo rimado representava um auto de natal em sua origem, desenvolvido no bairro de Casa Amarela no século XIX.
Não precisaríamos de mais detalhes para nos certificarmos da presença vital do Nordeste no cenário artístico e literário brasileiro. O detalhe fica por conta de já falarmos metrificado, cantando, além de sermos dramáticos em nossa essência. Esses valores, juntos, formam um arcabouço rico, de fonte inspiradora e inesgotável.
É o caso de Manoel Filomeno de Menezes - Manoel Filó, um sertanejo do Pajeú pernambucano, Fazenda Tabuado, Afogados da Ingazeira. É muito difícil uma definição exata do que viria a ser Filó dentro dos padrões normais:

poeta, criador, pesquisador natural, in locum, filósofo, no dizer de Alcides, um padre italiano, conselheiro da família, reserva moral, boêmio?
Poeta seria a forma mais condensada e aproximada de chamá-lo, pelo seu poder de aglutinação. Justifica-se pelo fato de Manoel ser um patrimônio da cultura nordestina, legitimado pelo povo admirador do repente e do poder da palavra improvisada. Motista de primeira categoria, não só pela imagem, mas pelo poder de síntese:

-CHORA O CEDRO NA GRUTA DA FLORESTA
ESCUTANDO O MACHADO A TRABALHAR.

-UMA GOTA DE PRANTO MOLHA O RISO
QUANDO O PRESO RECEBE A LIBERDADE.

Estar com Filó, além de ser um aprendizado, um conforto, é não pressentir a fuga do tempo e nem a diferença de idade.
Um jovem de 18 anos, por exemplo, conversa com ele de 73, de igual para igual, indo e voltando. Filó não se faz de rogado caso seja convidado a participar de uma roda de jogadores de pião, com boi, fincão, mucica e deita.
Podemos afirmar com segurança que Manoel está dentro do contexto da história feita por personalidades que ofertaram suas vidas em prol da cultura popular nordestina.









Ésio Rafael, Recife, 14/09/2003

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Manoel Filó


Mergulhão torce o pescoço
Sentindo a vista embaçada
Vai buscar água gelada
Na profundeza do poço
Um angico de caroço
Começa a soltar resina
Um boi cansado rumina
Aonde a hora é mais fria
Treme o sol do meio-dia
Carbonizando a campina.