segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

No clima da época!

  Pintura do Mestre Bajado de Olinda.

 

Um mote de Assisão

Quem nunca bebeu cachaça
Dessas de juntar menino
Acordou cagando fino
Encabulado e sem graça
Não sabe que a vida passa
Como passa um vendaval
Então pra que ser normal
Faça como o forrozeiro
NESSA VIDA DE VAQUEIRO
TODO MUNDO É CARNAVAL.

Assim nos disse Assisão
Um profeta sertanejo
Um filósofo andejo
Lá das bandas do sertão
Que em certa ocasião
De maneira natural
Falou para seu igual
Sou um inxu verdadeiro
NESSA VIDA DE VAQUEIRO
TODO MUNDO É CARNAVAL.

Negócio de cumê bosta
Só pra dizer que é maluco
Não é só em Pernambuco
Qui tem um povo que gosta
Eu faço aqui uma aposta
Pra saber o maioral
Se sertão ou capital
quem é que chega primeiro
NESSA VIDA DE VAQUEIRO
TODO MUNDO É CARNAVAL.

Mote do mestre forrozeiro e filósofo de Serra Talhada, Assisão.
Versos, Jorge Filó.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um recado da Unicordel-PE!



Pessoal,

Neste sábado, a partir das 19h30, a Unicordel novamente participará do acerto de marchas do Bloco Lírico Cordas e Retalhos, levando a poesia de cordel à Praça do Arsenal e preparando o clima para o Cordel em Folia, que acontecerá no mesmo local, no dia 26 de fevereiro.

Não percam o lirismo do frevo de bloco e a irreverência dos poetas populares. Além da orquestra do maestro Edson Rodrigues e do coral do bloco, haverá recital poético com Susana Morais, Mariane Bígio, Felipe Júnior, Thiago Martins e outros poetas, a exemplo do folheteiro Lampião.

Não percam!

Serviço:
Evento: Acerto de marchas do Bloco Lírico Cordas e Retalhos
Data: 12-02-2011
Horário: a partir das 19h30
Local: Praça do Arsenal - Recife Antigo - Em frente ao Teatro Mamulengo
Informações: 8629-2371

José Honório da Silva - Pres. da Unicordel

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Caruaru em festa!!!


Isto sim é cantoria
É farra de violeiro
Misturada a poesia
Declamada no terreiro.

Ôh festa arretada!!!

 Clique na imagem.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Um recado de Ismael Gaião!


UM LIVRO DE CRÔNICAS DO BESTA FUBANA  

Finalmente, fiz a última revisão do livro “UMA COLCHA - Cem Retalhos” e amanhã o enviarei à CEPE (Companhia Editora de Pernambuco) para publicação. Para quem ainda não sabe, esse livro é uma seleção de crônicas do Jornal da Besta Fubana publicadas no período de 09 de fevereiro a 31 de dezembro de 2009.

“UMA COLCHA – Cem Retalhos” tem 366 páginas e está dividido em dois capítulos, o primeiro, RETALHOS, é composto de cem crônicas da minha coluna Colcha de Retalhos, e o segundo, RETRAÇOS, é formado por trinta artigos de diversos colunistas do JBF, no mesmo período.

Quase todas as crônicas da minha coluna são acompanhadas de comentários dos colegas colunistas e leitores do JBF.  Já os artigos dos colegas são acompanhados de comentários que fiz, e também de comentários dos leitores e outros colunistas do Jornal da Besta Fubana. A maioria deles em poesia.

Foi muita ousadia de minha parte publicar um livro com tantas páginas, mas a diversidade de assuntos e a quantidade de poetas e escritores que o compõem me deram a coragem de organizá-lo assim. Nele, existem sonetos, poemas populares, cordéis, eventos culturais de Pernambuco, artigos políticos, pequenos contos, humor, atualidades, orientações didáticas sobre poesia, etc.

A publicação de livros de crônicas é corriqueira na literatura nacional, mas “UMA COLCHA – Cem Retalhos” - um híbrido de literatura e jornalismo - é um livro diferente de todos que já vi, pois a presença de comentários nos artigos publicados, pelo menos para mim, é novidade, principalmente com a gama de grandes escritores e poetas comentando. Uma preciosidade dessa só seria possível no Jornal da Besta Fubana, uma página virtual rica em qualidade intelectual e diversidade.

Além dessa riqueza cultural, “UMA COLCHA – Cem Retalhos” é apresentado ao público por três prefaciantes que dispensam comentários, os escritores e poetas Luiz Berto, Joselito Nunes e Dedé Monteiro. A revisão do livro foi feita por Meca Moreno, Marcos Passos, Dedé Monteiro e Ricardo Otaviano, e a diagramação por Camila Cahú.

O primeiro lançamento será realizado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, através de sua Pró-Reitoria de Atividades de Extensão, aos cuidados do poeta Maciel Correia e acontecerá no final de março, ocasião em que pretendo entregar um exemplar a cada um dos cem escritores, poetas e amigos que fazem parte do livro.

Antecipadamente, agradeço a todos os colaboradores, sem os quais não seria possível a publicação dessa obra. Um abraço em cada um e que nossos trabalhos agradem aos leitores.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mestres da poesia!



O Tempo

Sou esse dragão sisudo
Sem ter cor e sem falar
Sem ter pernas para andar
Conheço o mundo a miúdo.
Faço jegue ter estudo
Aprender abrir porteira
Saber o dia da feira,
Correr com medo da sela,
Eu mudo a cor da panela
Eu tenho tempo pra tudo.

Passo a hora passo o dia,
Passo antes de um segundo,
Passo tão rápido no mundo,
Que ninguém nem desconfia.
Sou espera de vigia,
Sou ânsia, sou esperança,
Sou o peso da balança,
Sou pequeno, sou graúdo
Sou um pedaço de tudo,
Não sou velho nem criança

Sou a sombra da estrada,
Descanso do retirante
Com o pé direito adiante
Duma passada deixada.
Sou a guerra desarmada,
Dos cangaceiros da paz,
Eu sou o que ninguém faz
Porque eu nunca esperei,
Quando me esperam, passei
Pra não voltar nunca mais

Faço cego ter visão,
Andar sem a mão do guia,
Faço noite, faço dia,
Faço chover no verão.
O justo virar ladrão,
Transformo ladrão num justo,
Dou a vida, cobro o custo,
Fiz até Jesus morrer,
Ressuscitar e viver,
Eu sou o tempo, eu sou tudo.

Luis Homero é poeta, cantor, compositor e músico da Banda Vates e Violas.