domingo, 23 de dezembro de 2007

Sobre o livro de Cancão [Meca Moreno]

PALAVRAS AO PLENILÚNIO

Uma lua cheia de poesia prenunciava o lançamento do livro com o título acima. Os amigos (lunáticos, graças a Deus) como Jorge Filó, através de mensagens eletrônicas para a sua enorme lista e do seu blog No Pé da Parede (nopedaparede.blogspot.com), além do Papa Berto I, da Igreja Católica Apostólica Sertaneja – ICAS, a igreja dos cachacistas do mundo todo, através de orientações papais, inclusive pelas páginas do Jornal da Besta Fubana (bagaco.com.br ou plano4.com.br/besta_fubana) para que todo o clero anunciasse e desse as boas-vindas para um trabalho primoroso, bem cuidado e de valor inestimável para a literatura brasileira.

No dia 24 de novembro deste ano abençoado de 2007, o Mercado da Madalena, no Recife, viveu mais um dia de glórias, com tanta gente e tão grandes artistas de todas as vertentes, reunidos para numa grande festa, homenagear e reverenciar um homem que foi muito além do seu canto de pássaro.

O seu feliz organizador Lindoaldo Vieira Campos Júnior, com sua dedicação fez um bem enorme para todos nós e nos deixa muito orgulhosos por termos um jovem do seu quilate dando-nos o prazer de ter em mãos um trabalho feito com o esmero, o carinho e a paixão de quem conhece a linguagem poética e seus artifícios. Melhor ainda, conhece a poesia e o poeta. Percebe do poema a essência, captura-a e presenteia toda a humanidade com uma obra belíssima contendo os três livros do poeta João Batista de Siqueira – Cancão: Musa Sertaneja (1967), Flores do Pajeú (1969) e Meu Lugarejo (1979), além dos poemas inéditos do seu livro Chave de Ouro, que ele não teve tempo de publicar, e outros poemas do grande mestre, gravados por amigos, alguns presos a sete chaves nas memórias de tantos.

Palavras ao Plenilúnio é uma obra parida dos modernos prelos da Editora Universitária (ufpb.br), da Universidade Federal da Paraíba, sob o patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos e a chancela do Governo do Estado da Paraíba, a quem a poesia agradece pelo reconhecimento.

Como ninguém mais, nos seus poemas, Cancão soube descrever até mesmo o indescritível, o que levou outros mestres a reverenciá-lo, como o fizeram Zé de Cazuza, Joselito Nunes, Antonio Bezerra, Dedé Monteiro, Rogaciano Leite, Lourival, Otacílio e Dimas Batista, Jó Patriota, Biu de Crisanto, Sebastião Dias, José Rabelo, Orlando Tejo, Antonio de Catarina, Pedro Tunu, Manoel Filó e mais. Tornando-o mais um vate egipcience a ser ítem obrigatório nas bibliotecas de quaisquer apologistas.

O também poeta, apologista e professor José Rabelo disse que o Reino Encantado da Poesia de São José do Egito possui três faraós: os poetas Antonio Marinho (1897-1940), Rogaciano Leite (1920-1969) e Lourival Batista Patriota (1915-1992). O mesmo ilustre poeta e professor José Rabelo declara que no mesmo reino, João Batista de Siqueira - Cancão (1912-1982) é santo e sumo pontífice, elevando-o a uma categoria divinal.

Impressionante é o poder imagético da poesia canconiana. Aliás, é a imagem uma das características basilares da poesia popular, juntamente com a métrica, a rima, a oração e o ritmo, variando-se este último, ora de acordo com o Sistema Silábico (isométrico e heterorrítmico), ora com o Sistema Silábico Acentual (isométrico e isorrítmico), como diria o mestre Alberto da Cunha Melo, na orelha do livro Amores Perfeitos na Beira do Mar, organizado pelo poeta Marcos Passos.

A obra tem uma excelente capa como o resultado de um projeto de Mônica Câmara, com uma belíssima ilustração assinada pelo competente João Lin.

Lindoaldo, em sua Nota do Organizador, que aqui eu chamo de ensaio, mas que poderia também fazer parte de uma tese, faz uma feliz análise do homem João Batista de Siqueira, dentro do seu contexto social, bem como uma análise lítero-linguístico-filosófica da obra do poeta Cancão, a partir de uma ótica e de um contexto universais, revelando-nos um poeta sem fronteiras.

Considero a Nota do Organizador, uma obra de arte que complementa e explica outra, ajudando-nos a compreender não apenas a poesia de Canção, mas a arte poética universal. Com sua metalinguagem engenhosa, consegue ele, apoiado em vários monstros sagrados da literatura, da dramaturgia, da psicologia, da antropologia, da sociologia e da filosofia, clarear os caminhos para uma compreensão melhor da poética e da alma do gênio pajeuzeiro.

Para coroar o trabalho como um dos mais importantes do cenário poético universal, Lindoaldo convidou para prefaciar o livro, mais um gigante da poesia do mundo: Dedé Monteiro, que num depoimento emocionado, com a humildade que lhe é peculiar e que o engrandece ainda mais, traz à baila, opiniões, declarações e citações de outros grandes homens, como por exemplo o mestre Antonio de Catarina, que declarou: “a genialidade de Cancão é algo que só a parapsicologia pode explicar.” Além de outros já citados e mais alguns como Manoel Xudu, Zezé Lulu, Zé Catota, Geraldo Amâncio...

Vieira Júnior, que com sua humildade, sequer colocou o próprio nome na capa do livro (mesmo como organizador), demonstra sua gratidão aos que o ajudaram na construção e organização do trabalho, especialmente a Joana D’arc, Juberlita, Teófanes Leandro, Ida de Coraci, Antonio de Catarina, Reginaldo, Joselito Nunes, Edvaldo da Bodega, Pedro Torres Tunu, Dedé Monteiro, Didi Patriota e Neném de Santa. Por fim, a todos que o ajudaram nessa “homenagem a Cancão, Osíris da Terra dos Faraós da Poesia.”

O livro pode ser adquirido nos endereços eletrônicos acima, no endereço do organizador Lindoaldo Vieira Campos Júnior (lvcamposjunior@hotmail.com), ou no Box Sertanejo (81 - 3446-8596), dentro do Mercado da Madalena.

Grande abraço a todos!








Meca Moreno

Extraído do site INTERPOETICA

3 comentários:

SAM disse...

Jorge Filo, te desejo todo o bem do mundo!

Boas Festas!!!

Beijo e abraço repletos de ternura

Linhas do desassossego disse...

ah, curti demais seu blog!

muito interessante, coisas boas.

abraço,
voltarei por aqui...

Unknown disse...

Bom que só seu blog! Até divulgo p/alguns amigos.Maíra Moura
Arcoverde-PE