sábado, 21 de agosto de 2010

Um dia que não se esquece!!!




Pai...

Neste ano de 2010, neste dia 21 de agosto, completam cinco anos da viagem ao desconhecido, do Mestre Manoel Filó. Com muito orgulho, meu pai! De pia, seu nome era Manoel Filomeno de Menezes. Abreviado, alguns amigos o chamavam apenas de Filó, outros, de Manoel Filósofo!

Vou me atrever a discorrer sobre meu pai, não pela ótica do filho, mas pelo víeis de admirador e seguidor de sua obra poética. Um vasto cabedal de motes, décimas, sextilhas, também sonetos, versos de improviso, muitos de bancada, todos com sua peculiar maneira de ver as coisas.

Um exímio observador da natureza¹, tanto em sua simplicidade, bem como no seu complexo universo. Este tema era sempre uma constante na sua poesia. Mas não ganhou o codinome de “Filósofo” à toa. Também tratava de temas existencialistas², de sentimentos humanos.

¹ Nunca mais tinha cantado
Numa baixada de areia
Onde a lua sai mais clara
Três noites depois de cheia
Jogando brilho no orvalho
Que a madrugada semeia.

² Assim como existe alguém
Que quando perde alguém, chora
Também tem alguém que age
Quando um amor vai embora
Na mesma simplicidade
Que um pingo d`água se tora.

Eis aí dois belos exemplos da poética deste grande mestre. Um homem virtuoso, amigo, leal, comprometido com seu povo e sua região – o Pajeú. De fino trato com todos que lhe dirigiam a palavra. Daí o chamarem também de fidalgo, sem nenhum exagero. Poeta que sempre foi reconhecido por todos que o conheceram, como um exemplo a ser seguido.

Pode parecer presunçoso, eu que sou filho, tentar elevar a figura do poeta, filósofo e fidalgo, Manoel Filó. Mas sua própria história é a marca de tudo disso. Sua extensa lista de grandes amigos atesta e dá fé, tanto de sua genialidade como poeta, bem como do cidadão exemplar que sempre foi.

Hoje, em Brasília, a comunidade Egipsience, que lá reside, presta homenagem ao Mestre Manoel Filó em uma grande festa, festa essa que acontece a cada dois anos e que reúne todos, não só de São Zé, mas de toda a região do Pajeú.

4 comentários:

Unknown disse...

..muito bonito poeta Jorge....
o berço gera herança...
Abraço.

Duda Quadros disse...

Luz e paz, meu poeta. Isso é o que me traz ao sentimento quando leio suas palavaras. Elas são Luz e paz para o velho Filó!
Abaração

Unknown disse...

POETA Jorge Filó...boa noite!!!

Na Interpoética,além do seu lindo verso em homenagem a Carlos Pena Filho ,achei mais três pérolas :-

Adentrando o mar sombrio
Quando o relógio em pancadas
Tine as doze badaladas
Minh’alma se enche de estio
Quando, nos ossos, o frio
Me obriga ao gole fadado
Sigo até o triste dado
Quando a noite se reclusa
Perco em luz - minha recusa
Nego ao dia, a noite invado


Cicatrizes
Cicatrizes fecham
mas renascem
[na memória]
Como flores sem raízes
que podemos colher.
Samarone Lima
NÃO VÁ
Quando partes
Me partes
Em partes
Manuzé
GIRASSOL
A mandala explode
Sete cores
Pétala a pétala.
Marcelo Pereira

Unknown disse...

Poeta ainda queria postar esse verso ....
Manoel Filó
Eu acho que não convém
Falar de quem bebe porre
Porque se quem bebe morre
Sem beber morre também
Apenas quem bebe tem
Suas artérias normais
Trata das fossas nasais
Controla o metabolismo
Cachaça no organismo
É necessário demais.
Abraço