segunda-feira, 1 de junho de 2009

História de improviso!

Jó e Ésio [isso tem tempo]


Essa história quem me contou foi Ésio Rafael. Diz um pouco da genialidade dos mestres repentistas, neste caso, Jô Patriota é o ator, autor.
É comum em ajuntamentos de amigos, isso mais pelo sertão, brincarmos de improvisar, glosar seria o termo. Isso se dá de várias formas, ou de dois, ou de três poetas ou quantos quiserem. Pode ser no mourão voltado, perguntado, ou mourão em sete, na sextilha, no mote em sete ou em dês. Os mais variados gêneros.
Numa dessas ocasiões estavam Ésio, Frutuoso, um amigo comum, e Jô. Iam num carro pra uma cantoria, ou vinham, não lembro bem agora, quando Ésio deu a chave no mourão em sete;

Sei que vou morrer sonhando
O meu sonho de poeta

Frutuoso emendou;

A minha saudade fura
Igualmente a uma seta

Jô, genial, finda o mourão;

Vivo acordando e dormindo
Vivo tombando e caindo
Dentro da mesma valeta.

Isso já caniado e com a matéria bastante usada pela idade. E é de uma brincadeira de versar, digo brincadeira por não se tratar de poetas profissionais, que nascem versos memoráveis, como este.
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